Um maio festivo no Palco Giratório Sesc/RS

Um maio festivo no Palco Giratório Sesc/RS

A 17ª edição do Palco Giratório Sesc/RS foi lançada na noite desta quinta-feira, no Sesc Alberto Bins; festival será realizado de 12 a 28 de maio, na Capital, com 37 espetáculos em 50 sessões

Luiz Gonzaga Lopes

Silvero Pereira encarna o conterrâneo Belchior em espetáculo na programação do Palco Giratório Sesc/RS

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O mês de maio é considerado festivo, de intercâmbio, de formação, diversão e reflexão no campos das artes cênicas. A 17ª edição do Festival Palco Giratório Sesc/RS foi divulgada na noite desta quinta-feira para convidados na sede do Sesc Alberto Bins. O festival será realizado de 12 a 28 de maio. Para atender às expectativas sempre crescentes do público e dos apreciadores das cênicas, o Palco terá apresentações de 37 espetáculos de grupos vindos de diversas partes do Brasil, além de 11 ações formativas gratuitas e um momento de conversa com o artista, autor e diretor Márcio Abreu, para lançamento do livro “Sem Palavras”, da Editora Cogobó. O texto é vencedor do Prêmio Shell deste ano. Durante 17 dias, serão 50 sessões em alguns dos principais teatros da Capital: Teatro do Sesc Alberto Bins, teatros do Centro Municipal de Cultura, Sala Carlos Carvalho, Teatro de Arena e Teatro CHC Santa Casa. Atividades ocorrerão na Zona Cultural e Parque Farroupilha.

O festival proporciona a possibilidade de levar organizações comunitárias e escolas para assistir gratuitamente pelo projeto Formação de Plateias. Interessados devem enviar e-mail ao palcogiratorio@sesc-rs.com.br. Entre as temáticas abordadas este ano, estão reflexões a respeito da diversidade cultural e de gênero, empoderamento feminino e consciência étnico-racial. A programação e ingressos estão no sesc-rs.com.br/palcogiratorio.

“O festival é um desdobramento do projeto do circuito nacional. Neste ano, vem com muito mais força este compromisso de trazer para a cena as questões urgentes, como ferramenta para a discussão da comunidade e classe artística. Falar sobre as lutas da mulher, questões étnico-raciais, de gênero, dos povos originários. Assim, o festival evidencia ainda mais estes temas para que reverberem na sociedade”, frisa a coordenadora de Artes Cênicas e Visuais do Sesc/RS, Jane Schoninger.

Entre os espetáculos do festival está a performance da professora, pesquisadora e artista da dança, Adnã Ionara (SP), que no dia 12, no Teatro do Sesc Alberto Bins, apresenta “Imalê Inú Iyagba”, que resgate do sagrado da mulher ancestral. Outro espetáculo que se destaca no início do festival é “aCORdo”, da Cia REC (RJ). Na Sala Álvaro Moreyra, às 19h, quatro performers nascidos em favelas do Brasil transformam as hierarquias e relações existentes por meio de uma dança potente.

Alguns espetáculos trazem velhos conhecidos do Palco Giratório, como o ator Silvero Pereira (CE), sucesso no cinema e TV. Nos dias 13 e 14, no Renascença, ele apresenta seu show “Silvero Interpreta Belchior”. Ainda na produção artística nordestina, o festival tem espetáculos como “A Invenção do Nordeste”, do Grupo Carmin (RN), “Clássico de Palhaços”, do Vagão (PI) e “Iracema”, de Rosa Primo (CE). “A gente está desprendido desta coisa do repetir. O espetáculo do Grupo Carmin já esteve na programação, mas ele volta, pois o olhar para o desenho da programação é criar um discurso a partir dos espetáculos participantes. O Silvero vem aí com outro tipo de manifesto. Este trabalho que ele faz tem um sentido na história dele por meio da luta de gênero e que vem do interior”, destaca Jane.

Para aclamar a arte local, o festival conta com 12 espetáculos gaúchos, que ocuparão os espaços na cidade com teatro, música, dança e circo. O Projeto Gompa, de Porto Alegre, estreará o espetáculo “Instinto” durante a programação do Palco Giratório. Vencedora do prêmio norueguês Ibsen Scope em 2022, a peça questiona os limites, vitórias e falhas da humanidade. Baseado nas obras “Brand” e “Quando Despertamos de Entre os Mortos”, de Henrik Ibsen, traz à tona o papel do líder frente à sociedade enquanto massa silenciosa e até onde vamos em nome dos nossos ideais. Em cena, será abordado o limiar entre o ser humano e a representação de três primatas, interrogando com humor e sarcasmo os limites tênues da nossa própria humanidade.

Reforçando a ideia de que a cultura é para todos, o Sesc/RS contempla, ainda sete espetáculos com tradução simultânea na Língua Brasileira de Sinais (Libras): “Corpo Casulo”, “Pai-de-Deus”, “E.L.A”, “Junho: uma aventura imaginária”, “Prédios espelhados matam passarinhos”, “Ninguém sabe o meu nome” e “Senhora P”. No dia 21, a população poderá, também, assistir gratuitamente a duas apresentações: “Tocar a Terra”, com a diretora e atriz Raquel Kubeo (AM) e “Vikings e o Reino Saqueado”, da Cia Os Palhaços de Rua (PR).

“O festival contempla vários agentes que nem estão registrados na programação do festival como o coletivo da Escola de Espectadores de Porto Alegre, que discute aspectos do espetáculo. Este e tantos outros coletivos são instigados pela passagem de um festival numa cidade, por isso que precisamos estimular mais e mais festivais de todas as artes. É uma overdose de possibilidades que o festival provoca nos apreciadores das artes cênicas, para quem quer investigar linguagem, pesquisa, rede de contatos, diversão, formação. O mote do festival são as bandeiras como o feminino, étnico-racial, acessibilidade, mas também tem as ações que são para o lazer, como circo, palhaçaria, trabalhos que tentam atender a um número maior de diversidade de público, que é uma pluralidade de possibilidades. A gente precisa sempre estar em busca desta amplitude de público, fomentar este olhar para o consumo da arte”, finaliza Jane.


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