Uma Thurman denuncia produtor de Hollywood por assédio sexual
Polícia britânica investiga outras nove denúncias contra o americano Harvey Weinstein
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O escândalo Weinstein segue se ampliando, à medida que novas acusações surgem contra ele. A atriz americana Uma Thurman, vinculada ao estúdio Miramax, de Weinstein, por suas atuações em "Pulp Fiction" e "Kill Bill", rompeu o silêncio e acusou o produtor de assédio e de ameaçar sua carreira, em entrevista publicada neste sábado.
Dezenas de estrelas de Hollywood, como Ashley Judd, Gwyneth Paltrow, Kate Beckinsale e Salma Hayek, acusaram Weinstein de diferentes formas de agressão sexual, desde assédio até estupro. Em entrevista ao "The New York Times", Uma, 47, contou que, após uma reunião de trabalho em Paris, Weinstein a convidou até seu quarto de hotel e uma sauna.
Depois, voltou a encontrar o produtor, em sua suíte no hotel Savoy de Londres, onde teria sofrido um "primeiro ataque". "Ele me empurrou para baixo. Tentou se jogar sobre mim. Tentou se exibir. Fez todo tipo de coisa desagradável", descreveu a atriz. "Weinstein admite ter se equivocado com Uma na Inglaterra, depois de interpretar erroneamente seus sinais em Paris. Ele se desculpou imediatamente", diz um comunicado do porta-voz do produtor, que se encontra em um programa de reabilitação no Arizona.
"A relação entre ambos era uma relação de trabalho divertida e sedutora." Depois da agressão, que ocorreu após o lançamento de "Pulp Fiction" (1994) e antes de "Kill Bill: Vol. 1" (2003), Uma foi acompanhada da amiga Ilona Herman a uma reunião para confrontar Weinstein. Mas os assistentes do produtor a pressionaram a se reunir sozinha com ele em seu quarto.
"Se fizer o que fez comigo com outras pessoas, vai perder sua carreira, sua reputação e sua família. Eu prometo", lembrou Uma de ter dito a Weinstein. Segundo Ilona, maquiadora, Uma saiu furiosa do encontro com Weinstein. "Estava muito despenteada, e tão incomodada e tão pálida. Estava realmente tremendo", descreveu, lembrando que a atriz lhe disse, depois, que o produtor havia ameaçado acabar com sua carreira.
Weinstein negou as acusações, e através de seu porta-voz disse que considera Uma Thurman "uma atriz brilhante". "O sentimento difícil que tenho em relação a Harvey é o quão mal me sinto por todas as mulheres que foram atacadas depois de mim", lamentou a atriz.
Os maiores sucessos de Uma, "Pulp Fiction" e "Kill Bill", foram dirigidos por Quentin Tarantino e produzidos por Weinstein, dupla que era considerada uma das mais poderosas de Hollywood.