Vaquinha virtual para montar Queermuseu no Rio arrecada mais de R$ 70 mil
Meta da Escola de Artes Visuais do Rio de Janeiro é de chegar ao montante total no fim de março
publicidade
No ano passado, a mostra, que tem obras de artistas brasileiros como Candido Portinari, Alberto Guignard, Lygia Clark e Adriana Varejão, foi cancelada no Santander Cultural, em Porto Alegre, e vetada pela prefeitura do Rio no Museu de Arte do Rio (MAR), por ser considerada imoral por movimentos conservadores.
A meta da EAV é chegar ao montante total até o fim de março e inaugurar a mostra em maio. A campanha foi lançada no site Benfeitoria na quarta. Até as 14 horas de sexta, mais de 350 pessoas já haviam apoiado, num total de cerca de R$ 70 mil.
A contribuição mínima é de R$ 20; a máxima, R$ 50 mil. A ajuda dá direito a recompensas como visitas particulares à exposição antes da abertura oficial, catálogos e obras de arte assinadas por nomes como Carla Chaim, Guto Lacaz, Marcos Chaves, Matheus Rocha Pitta, Nino Cais, Paulo Bruscky e Rosângela Rennó.
Os R$ 690 mil serão utilizados para trazer as 263 obras, de 85 artistas, ao Rio, e para montá-las na área das Cavalariças do Parque Lage. O valor também será investido na produção de um ciclo de debates com temas como a censura às artes, que marcou o debate cultural em 2017 na esteira das críticas à Queermuseu - a exposição foi acusada de fazer "apologia à zoofilia e à pedofilia". Para participar da campanha, basta entrar no site Benfeitoria.
O texto de apresentação da vaquinha no site faz menção ao veto do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), à exposição. Ele agiu pessoalmente para tirar a mostra da pauta do MAR, museu municipal, em outubro do ano passado. Um mês antes, o Santander a havia interrompido em Porto Alegre.
A Queermuseu ficou só um mês em cartaz por lá. Crivella é tachado de "moralista" no site. "Essa campanha é sobre liberdade de escolha, expressão e opinião, direitos tão duramente conquistados e que nos foram cerceados. É sobre democracia", diz a apresentação.