Visita guiada virtual à mostra de Beatriz Milhazes

Visita guiada virtual à mostra de Beatriz Milhazes

Com condução do curador Ivo Mesquita, passeio percorre três pisos da mostra no Itaú Cultural, em São Paulo

Obras de Beatriz Milhazes estão expostas no Itaú Cultural e no Masp

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O Itaú Cultural encerrou suas atividades presenciais de 24 de dezembro a 4 de janeiro, mas mantém a programação online para o público de todo o Brasil. A grade inclui desde segunda, dia 28, uma visita guiada e comentada por Ivo Mesquita, curador de "Beatriz Milhazes: Avenida Paulista", entre colagens, gravuras e pinturas da artista, que estão em exibição nos três andares do espaço expositivo da instituição. Para acompanhar o curador neste passeio basta entrar no ambiente virtual da organização em www.itaucultural.org.br.

Realizada em conjunto com o Museu de Arte de São Paulo (Masp), esta mostra percorre o arco de produção da artista entre 1989 a 2020 e revela o desdobramento de seu trabalho para outros suportes além da pintura. Com cerca de 170 obras, a mostra contém obras inéditas nas duas instituições e torna-se a maior exposição de Beatriz já vista pelo público. No Itaú Cultural, apresenta 79 obras – três delas, inéditas: "Havaí em amarelo vibrante", "Cor de pele" e "Giro horizontal" – entre colagens, gravuras e um minidocumentário sobre a obra da artista, realizado pelo Núcleo de Audiovisual e Literatura da organização. No Masp, os curadores Adriano Pedrosa e Amanda Carneiro, reuniram pinturas, em grandes e pequenos formatos, além de esculturas e desenhos.

"Beatriz Milhazes inventou um imaginário visual onde ela se reinventa e refaz a cada trabalho”, explica Mesquita nesta visita. “Em sua obra, a gravura a colagem e a pintura têm autonomia e existem em sua plenitude, mas elas se nutrem e alimentam entre si amarradas pelo imaginário da artista, desenvolvido sobre a linguagem das cores que possam transformar a percepção do observador”, completa. O curador comprova a sua teoria, nesta visita online, enquanto passeia entre as obras de Milhazes nos diferentes pisos. No primeiro, ele caminha entre  Bibi, de 2003, Gamadinho, de 2004, "Sabor Cereja", de 2005, entre outras gravuras e colagens. Traçando paralelos, evoluções e desenvolvimentos que permeiam todas elas, ele recorda que a artista se encontra e cria a diferença na repetição. “Mesmo nas pequenas repetições que se encontram nos trabalhos, se percebe a proposta de novas formas que mudam a percepção do observador”, comenta o curador.

Chegando ao piso 1S, Ivo Mesquita conduz o público entre as rosáceas, flores e compassos presentes na obra de Beatriz. Começa por Aubergine V (red), primeira colagem feita por ela em 2003, com papéis variados, embalagens de doces e tecido sobre papel cartão. A partir daí, ele percorre outras obras até culminar em Jamaica, de 2007, cuja rosácea se desenvolve na gravura em círculos e em Noite de verão (2006-2007), quando esta forma parece flutuar sobre o branco do papel. “Não há lugar para o repouso do olhar no trabalho de Beatriz, sempre há movimento”, observa ele.

Por fim, o curador entra no 2S. Neste andar, ele imprimiu uma linha curatorial mais didática e ilustrativa, acentuando os processos de trabalho da artista na gravura e na colagem e os momentos de interação entre elas e a pintura. Elas mostram como uma se transforma em outra e como uma ideia se desdobra em outra. Elipses revelam como uma mesma matriz, ou as aparas de antigas gravuras, formam um motivo em um suporte e aparecem em nova composição em outro. 


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