Websérie faz caricatura de líderes latino-americanos

Websérie faz caricatura de líderes latino-americanos

Presidentes são personagens de animação que faz paródia de Lost

AFP

Episódio de La isla presidencial

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Um punhado de líderes latino-americanos naufraga e tenta sobreviver a duras penas em uma ilha deserta: assim começa "La Isla Presidencial", websérie de animação criada na Venezuela e que transformou os dirigentes em caricaturas, já populares na Espanha e na América Latina. Veja um dos episódios no final da matéria.

"Depois que o Rei da Espanha mandou que (o presidente venezuelano Hugo) Chávez se calasse em uma cúpula (em 2007), nos pareceu divertido colocar todos os líderes fora de contexto e fazê-los sobreviver mostrando todos os seus defeitos", explicaram Oswaldo Graziani e Juan Andrés Ravell, criadores da série. Os três primeiros episódios circulam exclusivamente pela internet, pelo canal youtube.com.

Presidentes rendem caricaturas

A ingenuidade de Evo Morales ao ver o mar pela primeira vez, a rivalidade entre Chávez e o presidente colombiano em fim de mandato, Alvaro Uribe e a suposta afeição de Lula por um bom copo estão evidentes no desenho. O irresistível desejo do rei em dar ordens ou os encantos de Cristina Kirchner também fazem parte desta ilha tão peculiar.

"A série se faz quase sozinha. Temos presidentes chamativos e caricaturais. Chávez, por exemplo, é um humorista. Ele mesmo faz os roteiros para nós. Evo faz umas declarações que nem o melhor roteirista de humor imaginaria", afirma Ravell.

O sucesso de "La Isla Presidencial" superou as previsões mais otimistas de seus criadores, que lançarão no próximo domingo o quarto capítulo da saga, na qual os presidentes da esquerda e da direita disputam uma pelada para decidir quem fugirá da ilha em uma balsa precária. "Tínhamos muito carinho por este projeto, mas estamos surpresos com a repercussão e alcance dentro e fora da Venezuela", confessaram.

Inspiração em Lost


A série é inspirada em séries consagradas como "Lost", em que um grupo de sobreviventes de um desastre aéreo fica preso em uma ilha. A partir desta ideia inicial, os criadores da história brincam com a atualidade e garantem não fazer distinções no tratamento a seus protagonistas.

"A ideia é zombar de todos igualmente", afirmaram. "Tentamos, também, não escrever nenhum capítulo com muito alento porque na América Latina nunca se sabe o que pode acontecer. Um presidente pode até ser derrubado", acrescentaram.

Neste momento, um novo grupo de célebres "naúfragos" está a ponto de chegar "de alguma forma" à ilha presidencial. São eles Juan Manuel Santos, Sebastián Piñera e José Mujica, entre outros.

"Não sabemos se os presidentes gostam da série. Não recebemos nenhum comentário. Talvez estejam gostando. Tomara que Chávez a veja em seu gabinete. Com certeza, daria risada ao ver como todos acabam dormindo enquanto ele fala durante horas", disse Graziani.

"Sabemos, por exemplo, que tem muita gente de esquerda que ri muito de como parodiamos Uribe", acrescentou Ravell.

Voluntários sustentam projeto

O trabalho voluntário e o autofinanciamento permite, por enquanto, prever novos capítulos da Isla, cuja animação é feita na Argentina. "A audiência pede mais capítulos (...), mas na Venezuela e na América Latina em geral, financiar produtos de conteúdo político é muito difícil", lamentam.

Para Emilio Lovera, célebre humorista venezuelano que empresta sua voz a todos os líderes perdidos, a série "ressalta o que o povo mais se lembra destes dirigentes" e exagera até fazer uma caricatura.

De todos os presidentes, para ele o mais difícil de imitar é o mexicano Felipe Calderón. Já os mais divertidos são Lula e Evo Morales, aos quais não resiste a parodiar, até mesmo, durante a entrevista.

"Se a ilha fosse real, todos eles morreriam. A pergunta é quem morreria primeiro, quem depende mais de seus aliados. Eu acho que seria Evo, porque não sabe nadar e nunca viu o mar. O último sobrevivente seria, talvez, o equatoriano Rafael Correa", avaliou.

O humorista lamenta a perda do senso de humor em governos como o venezuelano. "Chávez é engraçado, mas obriga os demais a rirem de suas piadas. O verdadeiro humor é o que provoca o riso franco", concluiu.

Veja filme do primeiro episódio de A Ilha Presidencial.





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