Yvette Chauviré, símbolo máximo do ballet da França, morre aos 99 anos

Yvette Chauviré, símbolo máximo do ballet da França, morre aos 99 anos

Ela foi a única dançarina do seu país a receber o raro título de prima ballerina assoluta

Correio do Povo

Com apenas 15 anos, Chauviré ingressou no corpo de ballet da Ópera de Paris e iniciou a sua ascensão para o estrelato

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Estrela maior do ballet clássico da França e única dançarina do país a conquistar o excepcional título de prima ballerina assoluta, honraria dada às mais excepcionais bailarinas de uma geração, Yvette Chauviré morreu na madrugada desta quinta, aos 99 anos, comunicou a Ópera de Paris. Criança prodígio que se tornou uma dos mais deslumbrantes artistas doa século 20, ela foi aclamada como a quinta-essência da dança clássica francesa da década de 1940 a 1960. Sua última apresentação foi no Palais Garnier, em 1972, quando performou no papel principal do clássico "Giselle".

Em uma nota, os diretores da Ópera de Paris, Stéphane Lissner e Aurélie Dupont, escreveram que o conjunto de funcionários da instituição estavam muito tristes ao saber da morte da prima ballerina. Chauviré, nascida em abril de 1917, tinha apenas 10 anos quando ingressou na escola da prestigiada casa de dança da capital francesa e, aos 14, foi oficialmente aceita para o corpo de bailairinos.

Foi em 31 de dezembro de 1941, na primeira apresentação de "Istar", de Serge Lifar, que se tornou a estrela da companhia. Teve inúmeras oportunidades para realizar turnês pelo mundo e soube aproveitá-las, motivo que a levou a interromper por diversas vezes o seu percurso na companhia de dança da ópera nacional francesa. Foi disputada pelos grandes coreógrafos da sua época e agraciada pelo Estado francês.

Entre seus treinadores, estão importantes nomes da cultura da dança, como a bailarina italiana Carlotta Zambelli e russos Boris Kniaseff e Victor Gsovsky, os quais foram creditados por suavizar a rigorosa formação que ela havia recebido na França e dar-lhe o lirismo pelo qual foi reconhecida. Ela dançou com estrelas masculinas igualmente icônicas, incluindo Maris Liepa, Erik Bruhn e Rudolf Nureyev, um grande admirador que a descreveu como uma "lenda". 

Depois que Nureyev desertou da União Soviética em 1961, pediu a Chauviré que o ajudasse a obter cidadinia na França, mas o governo estava relutante em perturbar Moscou, e o artista e cancelou o desempenho.“A dança é uma forma de fé, de esperança. É uma aspiração, a necessidade de alcançar um mundo, uma atmosfera, uma condição que vos faz progredir, a busca da verdade”, acreditava Chauviré, que foi casada com o artista russo Constantin Nepokoitchitsky.

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