Zeca Baleiro põe Porto Alegre pra dançar
Show do maranhense lotou o Teatro Bourbon Country na noite dessa quinta-feira
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As músicas que Zeca escolheu para rechear a sonoridade do espetáculo "Calma Aí, Coração", foram, em grande parte, as novidades do recém-lançado álbum "O Disco do Ano". Durante as primeiras canções, somente a relação artista-público, mediada por um ou outro "obrigado". Mas não demorou para que as poucas palavras se tornassem um discurso de amor a Porto Alegre e de reverência a alguns nomes da arte local, que transcendem fronteiras geográficas e criativas.
Generoso, Zeca começou revernciando Almôndegas, Kleiton e Kledir, Vitor Ramil, Nelson Coelho de Castro, o rock gaúcho em geral e a contemporaneidade de Richard Serraria. As músicas novas, como "Nada Além", "Último Post" e "Meu Amigo Enock", foram emolduradas num clima de atualidade, dado pelas projeções provocativas e criativas jogadas no telão atrás da banda. A total empatia se deu, sobretudo, em "Funk da Lama", com a promessa de uma coreografia especial. Foi quando se estabeleceu, sem barreiras, uma relação ainda mais intensa entre o público e o palco, na festa musical que colocou em cena a irreverência, o talento e a cumplicidade da banda que acompanha Zeca.
Formada pela guitarra, violão, gaita, ukelele e banjo de Tuco Marcondes; pelo baixo e violão de Fernando Nunes; pela bateria e percussão do barbixa Kuki Stolarski; e pelos teclados, samples, sintetizadores e acordeons de Pedro Cunha e Adriano Magoo, a banda (ou bando) que acompanha o músico, esteve afinadíssima com o clima da noite. Também estiveram presentes vários "clássicos baleiros" e o espetáculo terminou ao estilo cinematográfico: depois do bis e do adeus, toma o telão o clipe genial de "Mamãe to Face". Do início ao fim, mostra de um artista conectado com o contemporâneo, sabendo resgatar passado, comunicado com o presente, e crítico do futuro. Show para chegar antes e sair bem depois.
Zeca Baleiro e banda encantaram palco do Bourbon Country Luiz Meira I Divulgação I CP