“Zona de Interesse” chega às telas

“Zona de Interesse” chega às telas

Filme que concorre ao Oscar é drama histórico que se passa durante a 2ª Guerra Mundial

Marcos Santuário

Filme foi vencedor do Grande Prêmio do Júri e do Prêmio da Crítica do Festival de Cannes de 2023

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Adaptado do romance homônimo escrito pelo autor Martin Amis, no ano de 2014, estreia hoje nos cinemas “Zona de Interesse”, dirigido pelo cineasta britânico Jonathan Glazer. Integrando a lista dos concorrentes ao Oscar de Melhor Filme, além de outras quatro categorias da premiação neste ano, o filme já foi premiado no Festival de Cannes e vem tendo ótima repercussão internacional.

No Brasil já pôde ser visto na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, de 2023. Na trama, Rudolf Höss, vivido por Christian Friedel, o comandante de Auschwitz, e sua esposa Hedwig, interpretada por Sandra Hüller, aparecem vivendo momentos de uma vida aparentemente comum e bucólica, em uma casa com jardim.

Mas o que o drama histórico que se passa durante a Segunda Guerra Mundial vai revelando, aos poucos, que tal família aparentemente feliz vive, na verdade, ao lado do campo de concentração de Auschwitz. O ambiente familiar que permeia a trama tem como som de fundo os gritos abafados de desespero, de um genocídio que está ocorrendo logo ali, “do outro lado do muro”. E disso eles também são responsáveis.

A fórmula que impacta e vai conquistando atenção e movendo sentimentos da audiência mescla a vivência familiar, o drama humano e os horrores da guerra. A perspectiva incomum de mostrar a tragédia vivenciada se torna singular, ao mesmo tempo que extremamente perturbadora. Não há nenhuma cena de violência explícita e o público, em nenhum momento, é conduzido a ver a parte interna do campo de concentração nazista.

“Zona de Interesse” foi vencedor do Grande Prêmio do Júri e do Prêmio da Crítica do Festival de Cannes. E para construir a trama, o diretor visitou a casa e o jardim no qual se desenrola a trama. A partir disso já revelou em entrevistas pelo mundo que estando lá, naquele espaço, o que mais o impressionou foi a proximidade com o campo de extermínio. A direção de fotografia é de Lukasz Zal, que também já se mostrou impressionado, e revelou nunca haver visto esse tipo de abordagem em um filme sobre o Holocausto.

Diferente

Pode-se perceber o diferente na forma de tratar a história desde como os personagens são mostrados, como os uniformes são retratados, até no uso de cores e sombras escuras. O diretor queria que tudo fosse brilhante e claro, tudo parecendo tão agradável, leve e normal. E aí o contraste com a realidade que vai se percebendo é que se torna mobilizador.

Em parte inspirado no livro homônimo de Amis, o filme não foi criado por Glazer para ser uma “peça de museu”, mas sim uma produção capaz de produzir um sentimento de “profunda insegurança”, em relação a esse tipo de horror primordial que “está por trás de tudo”. E o desejo do diretor se cumpre. Enquanto os membros da família transitam entre paisagem bucólica ou quando transitam pelos cômodos da residência a calmaria do som ambiente dá lugar a barulhos angustiantes e reais.


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