Abstinência de café existe? Conheça os sintomas e saiba como evitar

Abstinência de café existe? Conheça os sintomas e saiba como evitar

Consumo excessivo de cafeína causa dependência e pode trazer problemas de saúde a longo prazo, diz especialista

Camila Souza

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Para muitas pessoas, o dia só começa depois de uma xícara de café. A bebida é a segunda mais consumida no mundo e proporciona diversos benefícios, como redução da fadiga, sensação de bem-estar e melhora da disposição e da concentração. Contudo, ela também causa dependência e pode trazer problemas de saúde a longo prazo. Isso faz com que algumas pessoas decidam reduzir ou parar de vez com o consumo da cafeína, o que pode causar abstinência.

O problema foi relatado recentemente pela cantora Adele, durante um show em Las Vegas, quando revelou que sofre com tremores e intensas enxaquecas desde que parou de consumir a bebida. Ela também afirmou que "largar o café é ainda mais difícil do que parar de fumar".

De acordo com a nutricionista Rochele Boneti, professora da Fadergs, a cafeína é considerada uma substância neuroquímica. Ela estimula alguns receptores dentro do sistema nervoso central, como o de adenosina, por exemplo, que é responsável pelo cansaço. “Então, quando a gente consome muita cafeína, acaba mantendo esses receptores sempre bem ativos, diminuindo essa sensação de sonolência”, diz.

Como a cafeína age diretamente no sistema nervoso central, a interrupção abrupta do consumo pode causar a abstinência. A especialista também explica que os receptores são muito individuais. Algumas pessoas têm mais, outras menos, por isso a forma como o organismo vai reagir com a falta da substância também varia.

Entre os principais sintomas da abstinência de cafeína estão:

  • Cansaço;
  • Sono;
  • Irritabilidade; 
  • Dificuldade de concentração;
  • Tremores;
  • Dores de cabeça.

Não existe um consenso de dose diária recomendada de café, segundo Rochele, mas o ideal é não ultrapassar o número de cinco xícaras. A longo prazo, a cafeína pode causar diversos problemas de saúde que vão muito além da dependência.   “Existe uma relação de consumo excessivo de cafeína com doenças cardiovasculares e/ou cardíacas muito pela função vasodilatadora da substância”, ressalta a especialista. Além disso, o café também é diurético e pode provocar desidratação.

Para quem está decidido a parar de beber café, a orientação é diminuir aos poucos o consumo. Rochele ressalta que cinco xícaras de 200ml já concentram uma dose bem alta de cafeína. “E para as pessoas que bebem bastante, cinco xícaras é comum. Se está decidido a parar, começa aos poucos. Na primeira semana, reduz para três, na segunda semana, para duas, porque essa sensibilidade vai sendo reduzida aos poucos nesses receptores”, recomenda. Outra dica da nutricionista é optar pela bebida descafeinada. “Tem uma questão psicológica de continuar tomando café, mas sem o malefício do excesso da cafeína”, destaca.


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