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Congelar câncer de mama pode ser eficaz em mais de 90% dos casos; entenda

Procedimento pode ser uma alternativa à cirurgia quando o tumor ainda se encontra em estágio inicial e com baixo risco de recorrência

| Foto: Freepik

A crioablação, também conhecida como crioterapia, é um método com ampla utilização global em casos de tumores metastáticos e uma longa história de aplicação. Recentemente, diversos países têm conduzido estudos com o intuito de avaliar a técnica como uma opção de tratamento para o câncer de mama. No Brasil, há uma pesquisa clínica sendo desenvolvida por hospitais na cidade de São Paulo, entre eles, o Hcor. Os resultados preliminares têm se mostrado muito promissores, com eficácia superior a 90% dos casos. 

O procedimento pode ser uma alternativa à cirurgia quando o tumor ainda se encontra em estágio inicial e com baixo risco de recorrência. “Atualmente, conseguimos diagnosticar tumores muito pequenos e precisamos desenvolver as técnicas para tratá-los na mesma proporção. Na pesquisa clínica em andamento, cerca de 30 mulheres já foram submetidas à crioablação. Ainda há muito o que avaliar, mas além da alta eficácia no tratamento do câncer, verificamos uma grande satisfação de pacientes e médicos com a técnica”, revela Afonso Nazário, mastologista do Hcor.

A vantagem dessa técnica é que, por ser minimamente invasiva, oferece menos riscos e uma recuperação mais rápida aos pacientes. Ao contrário da cirurgia convencional, a crioablação é feita em ambiente ambulatorial e requer apenas anestesia local.

“O procedimento envolve a aplicação de ciclos alternados de congelamento e descongelamento em tecido neoplásico utilizando criosondas, popularmente conhecidas como ‘agulhas’”, explica Vanessa Sanvido, mastologista do Hcor. De acordo com ela, essas criosondas alcançam temperaturas extremamente baixas, variando de -40°C a -160°C, resultando na destruição e morte das células cancerígenas.

Com o procedimento, é formada uma “bola de gelo” na mama, que envolve as células necrosadas do tumor e as da margem de segurança em torno dele. A destruição total leva cerca de 15 dias.

“Após a crioablação, seguimos com o tratamento que seria feito normalmente para aquele câncer, o que pode incluir radioterapia e até mesmo a quimioterapia”, completa a médica. Na pesquisa clínica em andamento, por questão de segurança, são realizados procedimentos complementares.

Depois da crioablação, os pacientes fazem uma ressonância magnética para verificar se ainda há células malignas. Algumas semanas depois, são submetidos à cirurgia com a retirada da região onde se localizava o tumor para confirmar a eficácia da crioablação.

“O objetivo é analisar se a crioablação é eficaz na destruição do tumor e se os resultados dos exames de imagem conseguem prever quando o tumor é totalmente destruído. Assim sendo, a cirurgia poderia ser descartada em casos de câncer de mama inicial, como já acontece em alguns países”, conta o doutor Nazário.

Correio do Povo