Conheça a gaúcha que criou absorvente ecológico de baixo custo e agora estuda em Stanford, nos EUA

Conheça a gaúcha que criou absorvente ecológico de baixo custo e agora estuda em Stanford, nos EUA

Jovem da cidade de Osório criou o SustainPads, um absorvente biodegradável feito a partir de materiais descartados pelos agricultores locais

Correio do Povo

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Um problema que afeta grande parte das mulheres brasileiras é a pobreza menstrual, que se caracteriza pela falta de acesso a recursos básicos para uma higiene adequada durante a menstruação. De acordo com uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Locomotiva, em conjunto com a marca Always, 52% das brasileiras já sofreram com esse problema, enquanto 35% afirmam ainda que a compra de itens de higiene pessoal pesa na renda.

Pensando em mudar essa realidade, a estudante gaúcha Camily Pereira dos Santos, de 19 anos, que cresceu ouvindo os relatos da vivência de sua mãe sobre a precariedade menstrual, criou um produto sustentável e de baixo custo. O SustainPads é um absorvente biodegradável feito a partir de materiais descartados pelos agricultores locais, como as fibras do pseudocaule da bananeira e do açaí juçara. O produto tem baixo custo de produção: apenas R$0,02, sendo mais acessível a pessoas em vulnerabilidade.

Esse projeto foi desenvolvido por Camily em 2022, durante o ensino médio integrado no Instituto Federal do Rio Grande do Sul - campus Osório, junto com sua colega Laura Nedel Drebes, sob orientação da professora Flávia Twardowski. O SustainPads recebeu mais de 29 premiações nacionais e internacionais, incluindo o prêmio de Cientistas do Ano pela revista Glamour e o reconhecimento Forbes Under 30.

“Acredito que a ciência tem uma importante função social. Devemos olhar para os problemas ao nosso redor e trazer soluções inovadoras e sustentáveis, mas que sejam acessíveis a todos. O SustainPads foi criado para democratizar o acesso a um item tão básico de higiene que ainda falta a muitas meninas em todo o mundo e as impede de frequentar a escola com a devida regularidade”, explica a estudante.

Como fruto dessa trajetória de impacto social e mérito pelo seu desempenho acadêmico, a jovem cientista passou para a universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Neste ano, ela começou a cursar Engenharia Química e foi reconhecida com uma bolsa de estudos do programa Líderes Estudar, da Fundação Estudar.


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