Detecção precoce do câncer de mama pode aumentar em até 90% as chances de cura

Detecção precoce do câncer de mama pode aumentar em até 90% as chances de cura

Entre os recursos aliados para a detecção precoce está a mamografia, indicada para mulheres a partir dos 40 anos

Correio do Povo

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O mês de outubro é dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, um dos mais frequentes entre as mulheres. Por isso, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) chama a atenção para a importância do diagnóstico precoce na cura da doença. Segundo projeções do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 74 mil novos casos de câncer de mama devem ocorrer no país por ano, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

Entre os recursos aliados para a detecção precoce está a mamografia, um exame que gera imagens de alta qualidade capazes de revelar a existência de sinais iniciais da doença. O exame, geralmente, é indicado para mulheres a partir dos 40 anos, independentemente da presença de sintomas. “Quando se detecta alterações pré-malignas e tumores mamários muito pequenos, o que é possível a partir da mamografia, as chances de cura do câncer de mama são de aproximadamente 90%, se tratados precocemente”, explica a oncologista clínica Daniela Rosa, que faz parte da diretoria da SBOC. 

“Apesar de a prática do autoexame ser recomendada porque possibilita à mulher conhecer o próprio corpo e perceber possíveis alterações, ela não pode ser considerada uma medida preventiva, porque quando um sinal de alteração na mama é visível, isso significa que a doença possivelmente está em um estágio mais avançado”, alerta a especialista.

Também coordenadora do Comitê de Câncer de Mama da SBOC, Daniela lembra que quando um dos sinais da doença se apresenta, o exame de mamografia deve ser realizado o mais rápido possível: “Nesta fase, não se trata mais de um rastreamento, mas sim de um diagnóstico rápido e eficiente para que o tratamento adequado seja colocado em prática quanto antes.”

Sintomas

Os sinais (alterações físicas) e os sintomas (o que pode ser sentido, como desconforto, por exemplo, mas nem sempre é visualizado) podem variar de mulher para mulher. Na maioria das vezes, o câncer de mama se manifesta como um nódulo, que pode ser percebido ao palpar a mama, ou pode ser detectado nos exames de imagem (mamografia e ultrassonografia mamária).

Com menos frequência, pode haver:

  • Retração do mamilo;
  • Secreção no mamilo;
  • Aumento do volume da mama;
  • Dor na mama ou no mamilo;
  • Vermelhidão na pele da mama;
  • Espessamento da pele da mama;
  • Nódulo aumentado na axila.

Na maioria dos casos, nódulos que aparecem nas mamas não são cânceres. Entretanto, é muito importante a investigação de um especialista quando qualquer tipo de alteração na mama apareça.

Tratamento

Após a confirmação, são necessários exames adicionais para determinar a extensão da doença. Essa investigação permite um diagnóstico mais preciso para que o melhor tratamento seja estabelecido. Alguns exames podem, por exemplo, determinar se o câncer se restringe apenas à mama ou se já se disseminou para outras regiões, como os linfonodos axilares, metástases em órgãos distantes, como ossos, pulmões e fígado, entre outros.

A sequência do tratamento é individualizada, variando de acordo com as características de cada paciente. Pode-se optar por iniciar com cirurgia, quimioterapia, hormonioterapia ou uma combinação de quimioterapia com medicamentos conhecidos como anticorpos monoclonais, dependendo de vários fatores.

“Essa decisão leva em consideração o tamanho do câncer de mama, sua localização, e o tipo de células que compõem o tumor, incluindo a expressão de receptores de estrogênio, progesterona e o receptor HER2 na superfície das células neoplásicas”, sinaliza Daniela. 

Novos tratamentos

A especialista confirma o avanço significativo nas pesquisas científicas para novos tratamentos contra o câncer de mama. Entre eles estão estudos clínicos realizados nos últimos cinco anos que têm contribuído para a introdução de medicamentos altamente eficazes no mercado, tanto para o tratamento precoce como para estágios mais avançados da doença.

“Merecem destaque os inibidores de ciclina, as drogas com anticorpos inibidores de PARP e a imunoterapia. Todas essas classes de tratamentos já estão aprovadas para uso em cenários específicos no tratamento do câncer de mama”, comenta. “Esses desenvolvimentos promissores estão oferecendo novas esperanças aos pacientes e ampliando as opções terapêuticas disponíveis”, complementa a especialista.


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