Especialista alerta para abusos financeiros contra mulheres

Especialista alerta para abusos financeiros contra mulheres

Trocar as senhas do banco sem avisar e privar de bens são alguns sinais de violência patrimonial

Correio do Povo

publicidade

Pode parecer cena de filme ou algo distante da vida real: uma linda história de amor se tornar um pesadelo por um golpe ou chantagens financeiras. No ano passado, foi lançado um documentário que revelava várias relações amorosas com consequências emocionais e grandes prejuízos financeiros, “O Golpista do Tinder”, que bateu recorde em visualizações. No entanto, o que é visto no longa-metragem não está fora da realidade e muitas mulheres sofrem com o abuso financeiro dos seus parceiros.

Segundo a coordenadora do curso de Direito da Faculdade Anhanguera, Maria Luiza Lorenzoni Bernardi, está previsto no artigo 70 da Lei Maria da Penha que a violência patrimonial é crime, que apresenta condutas configuradas como retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalhos, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.

“O homem não demonstra logo no início do relacionamento o interesse pelo dinheiro, ele espera ganhar a confiança da parceira por um certo tempo, até conseguir alguma vantagem como a senha do cartão. Após isso, relata algo bem triste para a companheira se sentir sensibilizada e emprestar algum valor. Muitas mulheres dão todas as senhas ou emprestam dinheiro, em nome do amor, e acabam caindo em golpes”, pontua Bernardi.

Outra situação que ocorre nesse tipo de crime é quando o homem tenta controlar a vida de alguém usando dinheiro, bens ou documentos.

Confira alguns sinais de violência patrimonial contra a mulher:

- Deixar de pagar pensão alimentícia;
- Destruir ou esconder objetos e documentos pessoais;
- Furto, extorsão ou dano;
- Estelionato;
- Privar de bens, valores ou recursos econômicos;
- Causar danos propositais;
- Trocar as senhas do banco sem avisar;
- Negar acesso ao dinheiro do casal.

Muitas vezes, a violência patrimonial vem acompanhada de outras espécies de violência, geralmente física e psicológica, gerando grandes traumas nas vítimas. Toda a classe social sofre, porém, mulheres de baixa renda são as mais impactadas nesse contexto, que dependem financeiramente dos seus companheiros.

Segundo a especialista, se a vítima perceber que está sofrendo violência patrimonial é importante denunciar e, para isso, é essencial reunir provas como documentos de transações financeiras, conversas em redes sociais e gravações. As denúncias podem ser feitas pelo telefone 180 em todo o território nacional. A Central de Atendimento à Mulher também oferece orientações sobre a lei.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895