Harmonização facial: especialista esclarece principais dúvidas sobre o procedimento

Harmonização facial: especialista esclarece principais dúvidas sobre o procedimento

Bella Mais conversou com o médico cirurgião André Borba

Camila Souza

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A transformação de Stênio Garcia foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais nos últimos dias. O ator, de 91 anos, passou por uma harmonização facial e divulgou imagens em que aparece com o rosto bastante inchado. O caso fez surgir dúvidas em relação ao procedimento, que é realizado com frequência pelas celebridades e muitas vezes resulta em memes na internet. Para entender como é feita a harmonização e se existem riscos envolvidos, o Bella Mais conversou com o médico cirurgião André Borba.

Pessoas de qualquer idade podem passar pela harmonização?

De acordo com o profissional, não existe idade indicada para passar pela harmonização. Contudo, além do preenchimento, devem ser consideradas outras tecnologias complementares para pessoas idosas. André, que também é especialista em Cirurgia Reconstrutiva e Estética das Pálpebras e Via Lacrimal, cita como exemplo o ultrassom microfocado, a toxina botulínica, o peeling e o laser. “O médico deve considerar opções complementares para deixar a face da pessoa completamente natural. Quanto mais associamos procedimentos, mais temos bons resultados”, explica. Ele também lembra que as pessoas mais velhas têm perda óssea, perda de gordura e rugas que se formam pela flacidez: “O médico deve considerar todos esses aspectos para tratar cada item.” 

O procedimento causa dor ou desconforto?

Apesar de ser um procedimento com o uso de agulhas, o especialista destaca que a harmonização facial é indolor. “A gente não pode dizer que dói, até mesmo porque tem uma técnica em que a gente coloca o anestésico tópico e também podemos complementar com anestesia injetável. A gente consegue modular essa dor com os anestésicos”.

Por que muitas harmonizações não dão certo?

Para o doutor André, falta talento do injetor para avaliar os pacientes antes do preenchimento facial. Ele ressalta que antes mesmo de iniciar a harmonização, o planejamento das injeções e do tratamento é um passo muito importante. “Eu não posso fazer um procedimento em uma região da face esquecendo da outra. Por exemplo, pessoas que não tem queixo, eu vou lá e aumento o lábio, eu tô proporcionando uma aparência de lábio muito maior. Então esse é o grande problema da harmonização: o talento do injetor. É isso que vai fazer toda a diferença.” 

Ele também detalha que durante a avaliação é essencial que o profissional converse adequadamente com o paciente, entendendo se tem algum problema, se toma um remédio ou possui alguma restrição. “O médico precisa fazer uma conta para que ele fique satisfeito, melhorando a melhorar a região mais necessária naquele momento.” Além disso, quem passa pelo procedimento precisa entender e respeitar o tempo de recuperação. “Quando a pessoa fica insatisfeita, em geral, é pelo motivo de não entender o tratamento, não entender que tem um tempo para aquele produto agir”, ressalta. Se for feito com um profissional capacitado, o preenchimento é totalmente seguro.

Quando a pessoa não gosta do resultado, é possível reverter a harmonização?

Segundo o especialista, é possível reverter o procedimento, porém é um processo bastante complexo. “Se precisa reverter, é sinal de que precisa ‘comer’ o ácido hialurônico que foi injetado. E como vamos mensurar o que vai ser desintegrado e completamente desfeito de uma maneira regular, uniforme? É muito problemático”, explica. Para evitar problemas, a dica é realizar o preenchimento aos poucos. “Não faça grandes quantidades que levam ao inchaço, por exemplo. Em estética, o pouco é mais, o menos é mais”, enfatiza.

O congresso de dermatologia AMWC Brazil apresentou novidades para a harmonização facial?

André Borba participou do congresso de dermatologia AMWC Brazil, que ocorreu em São Paulo na última semana. Ele conta que uma das novidades apresentadas no evento é a técnica de exossomos, que utiliza réplicas de células-tronco do cordão umbilical e proporciona rejuvenescimento da face. O método já é utilizado em 70 países e deve chegar ao Brasil até setembro deste ano. Feito com microagulhamento ou com laser, será associado ao procedimento de harmonização. “Vamos dar um passo à frente no rejuvenescimento da pele e na eliminação de rugas e rosáceas”, diz o médico.


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