Mamografia a partir dos 40 anos pode antecipar diagnósticos de câncer de mama

Mamografia a partir dos 40 anos pode antecipar diagnósticos de câncer de mama

Câncer de mama é o tipo que mais atinge a população global feminina

Correio do Povo

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O crescente aumento nos diagnósticos de câncer de mama em mulheres jovens vem levantando um alerta: a mamografia, que atualmente é recomendada apenas após os 50 anos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), deve ter indicação para pessoas mais novas? De acordo com a US Preventive Service Task Force, a resposta é sim. Neste mês, a organização reforçou essa recomendação ao lançar o novo protocolo de prevenção à doença. Agora, mulheres a partir dos 40 devem realizar o exame anualmente no país. O Brasil ainda segue a resolução da OMS, mas a tendência, segundo especialistas, é de mudança no cenário.

O vice-presidente médico do grupo Alliança Saúde, doutor Gustavo Campana, lembra que as sociedades especialistas no Brasil já faziam essa recomendação oficialmente, assim como muitos médicos com suas pacientes. “Apesar do número de diagnósticos em mulheres jovens não ser tão comum, não é um dado irrelevante. Cerca de 1/5 da população feminina possui o diagnóstico”, diz. 

O especialista também comenta que existia um entendimento de que o custo-benefício de fazer esses exames não era eficiente, já que existiam muitos casos de falsos positivos, levando a cirurgias e outros procedimentos desnecessários. “Mas, em geral, os casos de câncer em jovens têm aumentado nos últimos anos, o que deve desencadear em alterações, como essa nova determinação nos EUA", explica.

O câncer de mama é o tipo que mais atinge a população global feminina. De acordo com os dados mais recentes da OMS, a doença teve 2,26 milhões de casos identificados em 2020. No Brasil, projeções do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que cerca de 74 mil diagnósticos anuais serão registrados entre 2023-2025.

A mamografia é capaz de identificar tumores em estágios iniciais, o que aumenta as chances de cura de pacientes em até 95%, dependendo da fase em que foi diagnosticado. Estudos comprovam que esse exame vem reduzindo a mortalidade em até 40%. E, se essa orientação foi implementada no Brasil, mais de 14 milhões de mulheres serão impactadas positivamente.

Só na base de dados da Alliança, por exemplo, são cerca de 760 mil mulheres na faixa etária de 40 a 49 anos, aponta Campana. “No Brasil, a cobertura para exames de mamografia ainda é muito abaixo do preconizado pela OMS: apenas 20% das mulheres na idade recomendada o realizam, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Há muitos fatores para isso, tanto no sistema público como no particular. Mas um deles, com certeza, é a falta de informação sobre a sua importância e o acompanhamento periódico", comenta Campana.


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