Percepção da própria aparência pode ser afetada pelos filtros em redes sociais, diz especialista

Percepção da própria aparência pode ser afetada pelos filtros em redes sociais, diz especialista

Padrão estético pode influenciar a autoestima

Correio do Povo

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Os resultados das fotos e vídeos na tela do celular não são os mesmos que se vê no reflexo do espelho. Com o acúmulo de recursos para alterar a imagem nas redes sociais, a autoestima dos usuários pode ser prejudicada. Em uma pesquisa realizada, em 2021, por uma marca de produtos de higiene pessoal, cerca de 84% das brasileiras usam filtros para mudar a aparência e 80% deixam de sair para socializar com amigos e familiares preocupadas com a própria beleza.

Como explica a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, professora Franciana Figueiredo, a insatisfação em excesso com o corpo ou com os traços do rosto não é exclusividade do público feminino e, se não acompanhada com atenção, pode vir a se tornar uma das causas para questões emocionais. “A comparação com outras pessoas e celebridades e o exagero no uso de filtros, contribui para a percepção distorcida de autoimagem e atinge homens e mulheres de diferentes idades”, afirma.

A busca pelo padrão estético apresentado na mídia e nas redes sociais pode provocar essa insatisfação. Uma das consequências que a obsessão por defeitos que o indivíduo considera ter na própria aparência é o transtorno dismórfico corporal (TDC) - doença mental que faz com que o paciente examine suas características com frequência e em constante comparação, além de evitar situações sociais ou sair em fotografias.

De acordo com o relatório do Google, o TDC é comum no Brasil, com mais de 150 mil casos registrados por ano. As formas mais frequentes de manifestações desse problema está relacionado a reclamações sobre o peso corporal, porém, as queixas podem ser referentes às qualidades do rosto (tamanho do nariz ou queixo, textura e cor da pele e do cabelo, volume dos lábios, por exemplo) ou ao próprio cheiro, assim como mau hálito e odor dos pés e das axilas.

O diagnóstico deve ser realizado com a ajuda de um profissional. Em geral, o distúrbio pode estar associado a outras doenças que também precisam ser tratadas, como ansiedade, depressão e, alguns casos, transtornos como a vigorexia, anorexia e a bulimia. O tratamento consiste em intervenção psicológica, por meio de acompanhamento com um psicólogo devidamente qualificado.


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