“Quiet luxury” e “revival festivo”: duas tendências opostas que se chocam

“Quiet luxury” e “revival festivo”: duas tendências opostas que se chocam

Especialista em cores reforça que o luxo simplificado é o oposto de tendências como o "barbiecore"

Correio do Povo

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A nova tendência “quiet luxury” (luxo silencioso, na tradução) surge em um momento de maior consciência sustentável com relação ao consumo e à moda nas últimas décadas. O movimento aponta para um luxo sem excessos ou ostentações e ganhou ainda mais destaque com a série “Succession”, da HBO Max.

Na produção, os personagens multimilionários usam roupas com modelagens mais conservadoras, em paletas de cores acromáticas e mais neutras, como tons de preto, cinza, marrom, bege e off-white, indo na contramão da explosão de cores vista no “dopamine dressing”.

No “quiet luxury”, o que conta são cores sóbrias e discrição. O especialista em cores e cofundador do ColorApp, Kisley Gomes, explica que se trata de um luxo simplificado, onde não há preocupação em anunciar o que se está vestindo, já que este não é o foco.

“Marcas como The Row, Loro Piana e Brunello Cucinelli são representantes do estilo, com nada de modismos, aviamentos expressivos, estampas grandes, monogramas, logos e cores vibrantes. O destaque são as peças curingas e atemporais, com extrema qualidade nos materiais, tornando o segmento até mais sustentável”, ressalta.

Paralela à tendência, ainda se mantém como uma evolução da moda dopamina o chamado “revival festivo”, outra estética com cores mais alegres, decotes, transparências e aplicações, com muita energia que o Brasil adora, comunicando tropicalidade e férias. Cores como pink, visto muito no barbiecore, laranja e azul klein entram nesta paleta com muita força.

“As duas tendências, apesar de opostas, coexistem por um tempo porque, apesar da policrise mundial, o ‘revival festivo’ reflete o comportamento dos otimistas, em um direcionamento estético mais iluminado, boho e também uma pegada mais resort”, acrescenta Kisley.


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