Trombose em pacientes com câncer: entenda relação e fatores de risco

Trombose em pacientes com câncer: entenda relação e fatores de risco

Pacientes com câncer apresentam maior probabilidade de desenvolver distúrbios de coagulação, diz especialista

Correio do Povo

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O tromboembolismo venoso é uma das principais complicações que podem acometer pacientes oncológicos, sendo a segunda maior causa de morte entre essas pessoas e ficando atrás somente do próprio câncer. Apesar da gravidade e alta incidência, muitos ainda desconhecem os fatores de risco da trombose, seus principais sinais clínicos e formas de prevenção. 

O médico hematologista Daniel Dias Ribeiro, doutor em Epidemiologia Clínica, explica que o problema ocorre quando o sangue coagulado, denominado trombo, acaba obstruindo a passagem sanguínea no corpo humano. O tipo mais comum é a trombose venosa profunda (TVP), que costuma se manifestar nos membros inferiores e causa inchaço, vermelhidão e calor no local afetado. 

O médico esclarece que, em determinados casos, o trombo pode se desprender e se deslocar através da circulação sanguínea até uma das artérias do pulmão, causando a embolia pulmonar (EP). Os sintomas são falta de ar, dor no peito ao tossir ou inspirar profundamente e palpitações, sendo uma das causas mais frequentes de morte súbita.

Devido à gravidade do problema e suas complicações, profissionais de saúde de todo o mundo promovem no dia 13 de outubro o Dia Mundial da Trombose, com o objetivo de alertar a população sobre os perigos da doença.

Os fatores de risco incluem o uso de anticoncepcionais orais com estrógenos, cirurgias, obesidade, sedentarismo, hipertensão, diabetes e idade avançada. “Além desses fatores, pacientes com câncer devem ficar ainda mais atentos aos sintomas da trombose, uma vez que cerca de 20% a 30% dos casos da doença acometem pacientes oncológicos”, afirma o especialista.

De acordo com Ribeiro, isso ocorre pois o paciente com câncer apresenta maior probabilidade de desenvolver distúrbios de coagulação. Além disso, o tipo de tumor e o tratamento implementado podem influenciar no risco de desenvolvimento de trombose.

“Casos de tromboembolismo costumam ser mais frequentes em pacientes com câncer de pâncreas, intestino, cérebro e pulmão. Alguns quimioterápicos também podem aumentar o risco de complicações vasculares”, aponta. 

A trombose em pacientes com câncer pode causar internações e atrasar o tratamento oncológico. Por isso, o médico ressalta que é uma doença prevenível, podendo ser evitada a partir da adoção de um estilo de vida saudável, com prática de exercícios e alimentação balanceada. “No caso do paciente com câncer, o médico deve avaliar a necessidade de utilizar outros medicamentos para prevenir a ocorrência de trombose”, afirma

O tratamento é realizado com base no uso de anticoagulantes, que impendem a formação de novos trombos nas veias sanguíneas. Segundo Ribeiro, é essencial que pacientes com câncer, seus acompanhantes e a sociedade como um todo tenham conhecimento dos fatores de risco e sinais clínicos da trombose, pois pode auxiliar no diagnóstico rápido e tratamento da doença.


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