A afirmação da nacionalidade

A afirmação da nacionalidade

Landro Oviedo*

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O material que usamos como escopo para as colunas publicadas no jornal desde o dia 1º sobre a independência do Brasil também mostra o vigor do jornalismo do Correio do Povo e da imprescindibilidade do seu acervo e do seu legado. Nossos colegas de 1972 trabalharam, naquela edição especial do sesquicentenário, sobre o material jornalístico produzido pelos nossos colegas de 1922, reafirmando um elo que ultrapassa gerações e reafirma a relevância de um labor que vai se sedimentando no tempo e que, no caso em tela, teve e tem o condão de reafirmar nossa nacionalidade e o acerto histórico da formação de uma nação independente.

É preciso sempre se ter a ideia de processo para que os acontecimentos possam ser interpretados com a logicidade que os clarifica nas suas relações de interdependência. O grito do Ipiranga já estava contido na abertura dos portos do Brasil às nações amigas, assim como a elevação do país à categoria de reino. Isso vale também para o que fomos, somos e seremos como povo. E ao jornalismo cabe espelhar isso, em cada época, para a coletividade, apreendendo essas variáveis na sua complexidade e permitindo aos leitores a reflexão necessária e hábil a induzir valores positivos na coesão social desejável, seguindo adiante na construção de uma sociedade solidária e fraterna.

Duzentos anos depois, cabe perguntar a nós mesmos e aos que convivem no nosso entorno se valeu a pena. A pergunta é retórica. A resposta só pode ser uma: “Sim!”. Temos cerca de 213 milhões de habitantes, uma das línguas mais faladas do mundo, somos o berço de Machado de Assis, de Rui Barbosa, de Pelé, da Bossa Nova e do samba, da seleção de futebol mais vitoriosa do planeta, temos um mosaico cultural de etnias as mais variadas convivendo em harmonia, somos uma das maiores economias mundiais e temos uma população que não se verga às adversidades do cotidiano, com um espírito de luta que nunca arrefece. No melhor estilo cotiano, temos tudo o que precisamos para construir um pacto que nos arremeta para um futuro promissor e que reafirme que o gesto audaz do príncipe dom Pedro não somente não foi em vão como foi emblemático de novas gestas que honraram sua façanha.

O Brasil é o nosso recanto no concerto das nações. Que cada vez mais seja grande e pujante. Sabemos que nenhum dos seus filhos e de suas filhas é de fugir à luta. Sigamos.

* Advogado, escritor e professor


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