A contaminação da água e a saúde

A contaminação da água e a saúde

Por Arilson Wünsch

Arilson Wünsch

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Dia 7 de abril é o Dia Mundial da Saúde e nos remete à importância da defesa da água pública de qualidade como fator de uma sociedade mais saudável. Água limpa e potável é um dos fatores mais importantes para a saúde, assim como o tratamento do esgoto e dos resíduos. Estudos comprovam que, a cada real investido em saneamento, o setor público economiza R$ 4 em medicina curativa.

Apenas 1% de toda a água do planeta é potável e sua contaminação é crescente por poluição, esgoto, metais pesados, agrotóxicos e fertilizantes. Estudo mostrou um coquetel com 27 agrotóxicos na água consumida em 1.396 municípios brasileiros, 16 altamente tóxicos pela classificação da Anvisa. Câncer, malformação congênita e distúrbios hormonais e neurológicos são alguns impactos dos pesticidas. Foram liberados 1.500 novos agrotóxicos nos últimos três anos, mesmo o Brasil sendo campeão mundial no consumo de agrotóxicos, equivalendo a mais de cinco litros de veneno ingeridos por pessoa ao ano.

No RS, o governo não apresentou o Plano Estadual de Saneamento, enquanto os municípios e o governo federal já cumpriram. O gestor estadual também não se habilitou a nenhum financiamento em esgoto em quatro anos.

Ao mesmo tempo, a ofensiva para privatizar a Corsan é intensa para que o controle acionário passe para a iniciativa privada ainda neste ano. A companhia tem todas as condições de atingir as metas do novo Marco Legal do Saneamento Básico sem precisar de recursos privados, como comprova o parecer da Agergs e estudos técnicos do Fórum em Defesa da Água e do Saneamento.

Não há razões técnicas e financeiras para privatizar a companhia, que atua numa das áreas mais estratégicas para a saúde. Governos neoliberais tratam água e saneamento como mercadoria e fazem todos os esforços para entregar o maior de todos os patrimônios para exploração comercial privada, promovem desmonte de legislação protetiva e da fiscalização e tentam passar toda a boiada.

Uma das nossas lutas mais urgentes é manter a gestão pública da água e saneamento, implementar planos de manejo sustentável com controle social para preservar a vida e a saúde.

Presidente do Sindiágua/RS*


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