A Filosofia Política e o futuro do Brasil

A Filosofia Política e o futuro do Brasil

Por Maria Cecília Medeiros de Farias Kother*

Maria Cecília Medeiros de Farias Kother

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A defasagem entre viver a política superficialmente e/ou vivê-la na sua importante e real dimensão, advinda do conhecimento de sua força no pensar e agir inerentes à pessoa humana, é enorme. Essa diferença decorre, consequentemente, da falta de conhecimento, entendimento e compreensão sobre o que é política. O povo brasileiro começou a viver, de modo geral, seus compromissos políticos a partir da República e da Constituição Federal de 1988, a qual ficou conhecida como a “Constituição Cidadã”. O povo, ou pelo menos no imaginário da parte dele mais preparada, alinhou-se ao compromisso obrigatório ligado a um calendário estruturado em tempo de vigência dos cargos eletivos das estruturas, em níveis federais, estaduais e municipais, e dos cargos eletivos que a complementaram mais na linha de busca de poder partidário do que, realmente, no interesse do país.

Nessa trajetória de implantação e implementação, fomos vivenciando fatos circunstanciais, experiências, atitudes e comportamentos muitas vezes não tão saudáveis moralmente.

Quando a pandemia calou e segregou os relacionamentos – pessoais, sociais, familiares, políticos, empresariais – numa dimensão que foi enfraquecendo ou perdendo a moral –, “trincou-se” o respeito, desregulou-se o silêncio positivo e se destravaram os desejos, dos poderes. Consequentemente, surgiram de maneira inacreditável, inaceitável, surpreendente e avassaladora adjetivações não muito positivas no convívio relacional como um todo. Na verdade, os limites ou fronteiras entre o pensar, o sentir e o agir das pessoas, nos âmbitos privado e público, não são tão fechados no seu fluir consciente e responsável. Nessa dimensão, a velha máxima segundo a qual “o meu direito acaba aonde começa o direito do outro” foi se enfraquecendo e o clima dos relacionamentos sociais foi ficando mais para um clima de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). O que isso significa? No que isso se traduz? O que está acontecendo? Pensemos...

O mundo mudou, e as ideias políticas com suas pretensões e seus fortes desejos de poder aumentaram. Se pensarmos, refletirmos, analisarmos ou estudarmos o que vem acontecendo no nosso país, veremos que houve uma imposição da mudança e da tomada de posição. A tecnologia invadiu o mundo da comunicação e tudo o que hoje integra as condições de vida das pessoas, na família, na sociedade, na escola, no trabalho, no país e no mundo, está na dependência e na celeridade da Internet. Nada fica escondido. O que se observa e se acompanha, em todas as circunstâncias, é gerado na mente e nos sentimentos das pessoas sob um enfoque pessoal separatista e radical. Essa é uma posição que foge à lógica do respeito, da paz, da responsabilidade dos princípios e, acima de tudo, do forte patriotismo político do povo brasileiro, que se expressa e se materializa pelo voto no momento de escolha e consequente tomada de decisão sobre o que é melhor para o Brasil.

Nesse enfoque, o pensar e o agir impõem o conhecimento sobre a importância da linha política e dos princípios filosóficos adotados e estruturados pelos gestores como linha forte e decisiva da ação governamental, prevenindo decepções, desgastes e prejuízos ao futuro do país.

*Presidente do Instituto MC de Educação Social


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