A invasão ao Capitólio e suas lições

A invasão ao Capitólio e suas lições

Por Anderson Trautman Cardoso*

Correio do Povo

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A invasão ao Capitólio é a prova de como a divisão de um país pode acarretar efeitos terríveis à democracia. Ao quebrarem portas e janelas para entrar na casa máxima do legislativo norte-americano, os manifestantes pró-Trump romperam também valores que guiaram a história daquela nação. Esse exemplo nos mostra que a cultura do conflito não resolve os problemas reais dos cidadãos, mas os agrava.

Em tempos extremos como os atuais, a meta deve ser o debate e a união. Tolerar pensamentos diferentes, além de crucial para a construção de soluções, é um dos pilares da democracia. Unir forças para reduzir desigualdades e proporcionar bem-estar aos cidadãos deveria ser o foco de todo governo, não o incentivo à fragmentação da sociedade. É óbvio que ideologias guiam grupos políticos, mas não devem os cegar. Deve-se dar peso certo às coisas.

No Brasil temos inúmeros problemas em áreas vitais, como infraestrutura, saúde, educação, segurança e um elevadíssimo custo Brasil que reduz nossa competitividade e afugenta investimentos. São questões complexas, que só serão sanadas se enfrentadas com a prioridade que merecem e com a união da sociedade e congressistas.

Ainda há tempo para trabalharmos juntos pelas reformas que o país precisa para retomar o rumo do desenvolvimento. Na pauta do Congresso para 2021 estão as reformas administrativa e tributária, por exemplo, que exigem atenção máxima da classe política e contribuição dos setores produtivos. Mirando os reais problemas, poderemos implementar uma agenda efetiva de redução do déficit e modernização do setor público. O debate democrático sempre será salutar. É por meio dele que ideias ruins podem e devem ser derrotadas. Que, em 2021, a força das ideias, e não da irracionalidade, mova-nos na direção de um país melhor para todos.

*Advogado e presidente da Federasul


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