A mamografia de rotina veio alterada. E agora?

A mamografia de rotina veio alterada. E agora?

Por Dr. Mario Casales Shorr*

Dr. Mario Casales Shorr

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A conscientização quanto à importância do diagnóstico precoce para a cura do câncer de mama já está bem avançada entre as brasileiras. É claro que reiterar esse conceito para alcançar cada vez mais mulheres e relembrar que a doença, no seu início, tem cura, nunca é demais. Mas quando o resultado do exame de imagem vem alterado, inicia-se uma outra etapa menos conhecida e muito mais difícil, a do diagnóstico. E agora, como encarar?

O espanto e a incredulidade são as primeiras sensações que se seguem a um exame de rastreio alterado. A seguir, a sensação de desamparo, medo e preocupação com o possível diagnóstico do câncer de mama toma conta da maioria das mulheres.

A realização dos exames e de seus laudos demandam um tempo necessário para obtermos diagnósticos acertados e precisos. No entanto, do ponto de vista da paciente, a investigação de câncer de mama implica vários dias para agendamento e realização de inúmeros exames, seguido da espera de cada um dos resultados e consulta para receber o resultado final, tudo isso geralmente em lugares diferentes. Essa estrutura dos serviços de saúde, muitas vezes, acaba contribuindo para que o processo diagnóstico transforme-se em um périplo penoso, solitário e angustiante. Mas isso pode ser diferente. 

É nesse momento que os profissionais e instituições de saúde públicos ou privados são fundamentais para conduzir as mulheres nessa, muitas vezes dolorosa, jornada. O agendamento e realização dos procedimentos em ambientes acolhedores, tanto dentro quanto fora do hospital, através de uma comunicação ágil e organizada da equipe de saúde, facilita o acesso das mulheres aos diferentes locais para a realização da biópsia e outros exames complementares. A sincronização encurta e otimiza esse processo diagnóstico e significa colocar as mulheres no centro da atenção.

A presteza dos agentes e de serviços de saúde tem a função de suavizar a jornada diagnóstica. Mais do que isso, saber que este processo pode ser mais rápido e menos doloroso pode diminuir o medo das mulheres, aumentar a sua aderência às campanhas de conscientização e a realização dos exames de rastreio do câncer de mama. 

*Médico mastologista


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