A reforma é dos brasileiros, não dos políticos

A reforma é dos brasileiros, não dos políticos

O texto também corrige uma série de injustiças sociais, promovendo o consumo, especialmente, das camadas mais vulneráveis.

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Nem do governo nem da oposição. Nem do político A ou B. A reforma tributária aprovada na Câmara dos Deputados é de todos os brasileiros. Fruto de um interesse de Estado e de uma sociedade que clamava por mudanças estruturais na cobrança de impostos. Havia mais de 40 anos se esbarrava na inércia, no debate raso e nas pressões externas que sempre recaíram sobre essa pauta em Brasília.

O fato é que a reforma moderniza um sistema completamente arcaico e simplifica o emaranhado tributário que tem atrasado a nossa competitividade. O modelo de imposto sobre Valor Agregado (IVA) é praticado nas principais economias do mundo e permite que o Brasil substitua cinco impostos por dois, estabelecendo alíquotas para a iniciativa privada com absoluta transparência e eliminando a bitributação na cadeia produtiva. Com isso, o empresário – da indústria ao fornecedor – passa a saber quanto paga de imposto em cada insumo adquirido, desonerando custos, aquecendo a capacidade de produção e estimulando a geração de empregos.

O texto também corrige uma série de injustiças sociais, promovendo o consumo, especialmente, das camadas mais vulneráveis. Foi a construção política, tecida meses a fio por inúmeras mãos e com a participação imprescindível de todos os setores, que assegurou que nenhum centavo de tributo fosse cobrado sobre os itens da cesta básica, pois, quando se tem pão, leite e outros bens essenciais mais baratos nas prateleiras do supermercado, garantimos poder de compra e dignidade para quem mais precisa.

A reforma não é a perfeita, mas a melhor possível. E o sentimento é de dever cumprido. Afinal, lidar com uma matéria desta complexidade requer senso de responsabilidade, sabedoria para equilibrar a balança e manter-se alheio às demagogias e ao discurso fácil que deslegitimam o espírito construtivo. Podemos fazer oposição a governos, mas jamais ao nosso país. A reforma será instrumento do grande objetivo de uma política pública: promover o desenvolvimento e a igualdade de oportunidades para todas as pessoas.


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