A representação das mulheres

A representação das mulheres

Por Lourdes Sprenger*

Lourdes Sprenger

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Ao olhar o cenário político e social nos damos conta que os espaços preenchidos por homens e mulheres na sociedade estão aquém da equidade, especialmente no comando das ações de poder. Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que as mulheres são maioria na população brasileira. No entanto, essa proporção não é refletida na política nacional. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2019 nos mostra que a nossa população é composta por 48,2% de homens e 51,8% de mulheres. Mas esta maioria de gênero não se refletiu no número de mulheres nas últimas eleições. Em Porto Alegre, por exemplo, atualmente dos 36 vereadores, apenas 9 são mulheres. E dos atuais 35 deputados na Assembleia Legislativa do Estado, há somente 11 mulheres eleitas. Instituído no Brasil há 91 anos, em 1932, o voto feminino é um importante marco na luta das mulheres por igualdade de direitos. Esse cenário não era exclusividade do Brasil. Na França, o voto feminino se tornou realidade em 1945, na Itália em 1946 e na Suíça, em 1971.

Apesar dos avanços, a luta das mulheres por igualdade de direitos ainda se faz presente e reflete nos espaços de poder, onde os homens ocupam a maioria dos postos de trabalho. Embora tenhamos maioria em termos de população e eleitorado brasileiro, somos a minoria nos cargos eletivos. No mercado de trabalho, o quadro é melhor do que nas décadas anteriores, mas ainda há muitas barreiras e diferenças profissionais a serem enfrentadas. Somente com persistência, organização, determinação e consciência do real valor feminino poderemos avançar em diversas áreas.

Não basta só querer mudar esse cenário. Temos que nos preparar. E é pelo conhecimento, espírito empreendedor e da luta permanente que vamos conquistando novos espaços e dias melhores para homens e mulheres. Nosso diferencial como seres humanos vai muito além da capacidade de gerar outra pessoa. E, como agente pública, parlamentar em terceiro mandato, acredito que é através do trabalho contínuo que será possível mudar este cenário, para que seja mais equilibrado com respeito às pessoas e aos seus direitos políticos, sociais e econômicos.

*Vereadora de Porto Alegre


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