A verdadeira emancipação

A verdadeira emancipação

Por: Vilmar Zanchin*

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Ninguém pode dizer que estamos usando adequadamente a educação para desatar o nó da triste correia da desigualdade. A ampliação das potencialidades humanas e o aproveitamento dos dons naturais da nossa gente, historicamente — e infelizmente — vêm sendo deixadas de lado no Rio Grande do Sul e no Brasil. É consenso que precisamos de um esforço conjunto para qualificar e tornar motivadora a educação de nosso Estado. Damos esse passo ou veremos as consequências escancaradas em nosso IDH, como aliás já foi percebido no relatório de Desenvolvimento Humano 2021/2022, em que o Brasil ocupava a 87ª posição num ranking de 191 países. Um posto para lá de desconfortável.

Não se constrói desenvolvimento humano com medidas de apoio social em caráter emergencial, nem só com apoio permanente a famílias em situação de pobreza. Tudo isso é necessário, mas significa a perenização de uma chaga social que precisa ser sanada. É urgente enriquecer os brasileiros, em especial os jovens, com o tesouro do conhecimento. Enriquecê-los com mais horas de aprendizado e estudo. Enriquecê-los com conteúdo que faça sentido frente aos desafios deste século. Enriquecê-los com educação para o desenvolvimento.

O déficit na formação de profissionais na área de tecnologia, por exemplo, cresce exponencialmente. Em três anos, a expectativa de lideranças do setor é que a diferença entre oferta e demanda deve alcançar quase 500 mil no Brasil. Uma realidade que se impõe em praticamente todos os demais setores. São milhares de negócios na indústria, no agro e nos serviços que estão com o freio de mão puxado pela falta de trabalhadores especializados. Enquanto isso, filas de emprego dobram as esquinas, repletas, porém, de gente sem a devida capacitação.

Por isso, neste 2023 em que estarei à frente da presidência da Assembleia, a educação será a prioridade das prioridades. Não só no ranking dos debates, mas da ação. Vamos ouvir os gaúchos, identificar as vocações produtivas de cada região e as necessidades de mão de obra. Delinear ações, impor metas e agir de modo articulado com o governo e a sociedade. Só assim colocaremos a educação a serviço do desenvolvimento econômico e humano. Educação para a emancipação. Educação para descortinar oportunidades.

*Presidente da Assembleia Legislativa


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