Afinal, qual a verdadeira razão de existência do IPE?

Instituição almejada como instrumento de alavancagem de carreiras políticas, por sua estrutura de atendimento descentralizada e regional e, portanto, pelo seu elevado potencial de multiplicar votos, teve, historicamente, seu propósito despercebido ou, na melhor das hipóteses, visualizado parcialmente. Essa forma de compreensão sempre restringiu o debate sobre como promover no Estado melhorias no atendimento ao cidadão gaúcho.

Na prática, quem atende o cidadão? Sim, quem presta diretamente serviços e implementa políticas públicas é o servidor público. Como qualquer trabalhador, o servidor público necessita de atendimento à saúde e previdência e paga ao IPE para isso. O Estado não existe sem o servidor público e o IPE é essencial na vida do servidor público.

Esse é o real propósito do IPE: garantir o atendimento à sociedade gaúcha e ao cidadão, promovendo a efetividade funcional e a qualidade de vida presente e futura dos servidores públicos por meio da prestação de serviços em saúde e previdência.

O legislador, reconhecendo a importância do Instituto, estabeleceu sua condição de autarquia de categoria especial, com autonomia administrativa, financeira e orçamentária. Cabe, agora, a nossa liderança política, em complemento às necessárias medidas de curto prazo já encaminhadas e aprovadas, inserir Projeto Estratégico Prioritário no Sistema de Governança e Gestão do Governo do Estado, que promova integração entre evolução institucional e legislação vigente e que desenvolva mudanças de médio e longo prazos em sua estrutura e cultura organizacionais.

Por conta de seus complexos macroprocessos de trabalho, que exigem recursos humanos especializados e com elevado grau de profissionalismo, necessita horizontalizar sua estrutura, implementar método permanente de planejamento e desenvolver um modelo de gestão estratégica de processos e projetos voltada para resultados. O IPE precisa respirar estratégia e resultados. É o que a sociedade gaúcha espera.