Aplicativo para quem?

Aplicativo para quem?

Tiago Albrecht

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Do governo que ia fazer o pobre viajar de avião, viramos o país em que o pobre não vai poder se deslocar por aplicativo. Isso porque a regulamentação do trabalho dos motoristas de aplicativo, proposta por Lula, prejudica os trabalhadores, os clientes e as empresas. O único beneficiado dessa história é o governo federal.

Engana-se quem pensa que o Estado promove uma taxação porque se preocupa com os profissionais. Estão onerando os aplicativos porque querem arrecadar com a previdência, que receberá R$ 279 milhões mensais. Para cobrir o rombo do orçamento do governo, depois de atacar os que menos ganham taxando compras da China, agora é a vez de os motoristas começarem a arcar com essa conta que não lhes pertence.

Profissionais pagarão penosos 7.5% sobre o salário, a “contribuição”. As empresas desembolsarão estrondosos 20% de previdência. Evidentemente, a companhia vai recalcular e repassar este custo ao trabalhador e, principalmente, ao cliente.

Na jornada de trabalho, o motorista terá de atuar no máximo 8 horas por dia. Se quiser trabalhar mais, para ter um salário melhor, deverá pedir autorização para o sindicato. Lula quer colocar o profissional de aplicativo embaixo do cabresto de um sindicalista. Sim, o trabalhador é regulado por quem não trabalha. E trabalhará para pagar a conta justamente destes, bancando os sindicatos.

O presidente da Federação Nacional dos Motoristas de Aplicativos do Brasil afirmou que esta regulamentação só serve ao governo, para arrecadar mais com contribuição previdenciária. O presidente determina um mínimo abaixo do que os motoristas já recebem. Legalmente, Lula autoriza as empresas a pagarem ainda menos aos profissionais. Que Partido dos Trabalhadores é esse que quer que o trabalhador ganhe menos e usurpa a liberdade de trabalhar?

Enquanto isso, milhões de empregos estão sob ameaça. Vários motoristas de Porto Alegre já vieram, preocupados, relatar que não sabem como completarão a renda se o modal colapsar. É iminente uma perda de rendimento “como nunca antes na história desse país”. Com este PL e tantos outros agravos que se sequenciam neste governo, caminhamos firmes rumo ao fim da livre iniciativa no Brasil. Voltamos a ser escravos dos sindicatos, reféns de políticos e nossa liberdade corre grande perigo.


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