As chacinas nas escolas e a saúde mental

As chacinas nas escolas e a saúde mental

Uma pessoa tira a vida de crianças e, após o crime, se entrega à Polícia.

Dr. Nelio Tombini

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Atualmente, os pais dormem e acordam com medo. Escolas temem em abrir as portas. O motivo? Medo, embalado pelos tempos difíceis em que vivemos e somado aos trágicos ataques às escolas. O temor aumenta na medida em que não há explicações que nos acalmem em relação a essas chacinas. O desconhecido é um caldo de cultura para o pânico

Uma pessoa tira a vida de crianças e, após o crime, se entrega à Polícia. Parece que sua mente doentia cumpriu uma “missão especial” matando as crianças. Não tem como não pensarmos em adoecimento mental. A saúde mental é negligenciada como problema de saúde pública.

O leigo não entende como é possível alguém ter um surto de loucura ou psicótico e isso levar a uma chacina. O surto pode durar horas e ser desencadeado por estresse intenso, uso de álcool ou quaisquer drogas, abusos físicos, bullying ou doença mental prévia. As alterações do “pensamento” são as mais graves, pois alteram a capacidade da mente doente de enxergar a realidade como se apresenta.

Adolescência pode ser um caldo de cultura para a violência. Uma criança não tem filtros para perceber os riscos que a vida oferece. Com a roupa do Super-Homem, é capaz de jogar-se pela janela. Na adolescência, esses filtros estão mais presentes, mas são frágeis e instáveis, mudando com rapidez. Os grupos das mídias exercem forte influência nestas mentes fragilizadas. O grupo pode propor desafios e sugerir ações como cometer um ato de violência.

Sugiro que os pais prestem atenção aos filhos que ficam muito tempo trancados nos quartos. Os que trocam à noite pelo dia, talvez circulando na “deep web”. Percebo que as famílias pararam de conversar. Pais viajam nas mídias sociais tanto ou mais que os filhos. Muitos pais terceirizam à Internet os cuidados e demandas dos filhos.

Mentes doentes precisam de tratamento. A maneira que familiares e amigos podem ajudar essas pessoas é conversando. Ninguém que está com a mente comprometida irá procurar ajuda sozinho, é preciso auxílio.


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