Cada um por si

Após quase dois anos de pandemia, as flexibilizações vêm sendo cada vez mais ampliadas e muitas medidas obrigatórias se tornaram recomendações. As proibições que surgiram em março de 2020, que pareciam efêmeras, com dias contados, se arrastaram por um longo período. A Covid-19 levou muita gente embora, deixou outros tantos à beira da morte, sem falar em todos que perderam o emprego, a dignidade e a paz de espírito. Sem dúvida, a campanha de vacinação, que refletiu na queda do número de óbitos e de pacientes graves lotando UTIs, nos permite voltar a viver quase normalmente.

Ao contrário daqui, na Europa, o vírus ganha força, pois a adesão à vacina ainda é baixa, menos de 70% em alguns países, mais uma prova de que estar vacinado é a melhor alternativa para sobreviver ao vírus. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até março, lá, mais de 500 mil pessoas podem morrer pela Covid-19.

O Estado do Rio Grande do Sul, nesta nova fase de controle da pandemia, “passou a bola” para o cidadão. Cada um deve cuidar de si, e assim, estará também cuidando do próximo. Com isso, atividades que estavam suspensas, voltam à rotina. As novas flexibilizações estão baseadas na estabilização dos números da pandemia no RS, que são monitorados diariamente.

Mas aí, me pergunto: não deveria ter sido assim sempre? Vimos tanta polêmica, ataques ao governador por conta do seu mapa de bandeiras coloridas e, para os gestores municipais, não foi diferente. Senti na pele as ofensas daqueles que não aceitaram a orientação “fique em casa”. No entanto, se essas medidas não fossem tomadas, quantos mortos a mais estaríamos contando hoje? Infelizmente, foi muito difícil conscientizar a população sobre a prevenção necessária, e sabemos que esse entendimento ainda não é de todos. A imunidade ainda não atingiu 100% dos vacináveis e variantes novas já passeiam em solo gaúcho. De fato, esperamos que cada um cuide de si, mas temos que orar para que Deus cuide de todos.

*Engenheiro Civil, ex-prefeito de Santo Antônio da Patrulha