Caos nos hospitais

Caos nos hospitais

Paulo Franquilin

publicidade

Uma mudança de gestão dos hospitais de Alvorada, Cachoeirinha e Viamão, no dia primeiro de abril, demonstra a despreocupação com os gestores, públicos e privados, com a saúde das populações destas cidades. A Fundação Universidade da Cardiologia (FUC) que administrava os hospitais foi substituída pela Associação Beneficente João Paulo II após decisão do governo do Estado, que assumiu todo o funcionamento dos estabelecimentos.

Com a substituição, foram demitidos mais de 400 funcionários, os quais não receberam os valores relativos às rescisões, pois a FUC encontra-se em processo de recuperação judicial. Segundo o governo do Estado, não haveria prejuízo no atendimento aos pacientes das cidades, porém a transição foi conturbada e muitos ficaram sem atendimento, devido às equipes estarem incompletas.

Houve restrições no atendimento, com prioridade para os casos mais urgentes, com orientações para que a população procurasse a rede básica de saúde para os casos de menor complexidade. A confusão nos hospitais acabou sobrecarregando a rede hospitalar de Porto Alegre, que triplicou os atendimentos de emergência, com muitas pessoas ficando sem atendimento por falta de estrutura. Este descaso com os hospitais da Região Metropolitana não é de agora. Vem de muitas décadas de sucateamento dos prédios e falta de pessoal para fazer frente às necessidades das comunidades.

Os recursos públicos e privados são insuficientes para atender a população, além do aumento do número de doenças, muitas demandando internação, porém não havendo vagas suficientes nos hospitais. A saúde só é prioridade nos discursos dos candidatos, que nas campanhas eleitorais prometem soluções, mas, quando assumem os cargos, demonstram total descaso com a saúde dos eleitores.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895