City Marketing e a economia criativa

City Marketing e a economia criativa

Por Abdon Barretto Filho*

Abdon Barretto Filho

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Convém destacar que a economia é uma ciência que estuda os processos de produção, distribuição, acumulação e consumo de bens e/ou serviços. O conceito de economia engloba a noção de como as sociedades utilizam os recursos para produções de bens e/ou serviços e as formas como são realizadas as distribuições desses entre os indivíduos. A economia procura equacionar um dos maiores desafios da humanidade que é atender as necessidades ilimitadas dos seres humanos com os recursos limitados do planeta. A ciência econômica tenta explicar os funcionamentos dos sistemas econômicos e as relações com os agentes econômicos (empresas ou pessoas físicas), refletindo sobre os problemas existentes e propondo soluções. As investigações dos principais problemas econômicos e as tomadas de decisões baseiam-se em quatro questões fundamentais sobre a produção: “O que produzir?”, “Quando produzir?”, “Que quantidade produzir?”, “Para quem produzir?”. 

A economia criativa é o conjunto de ações e atividades relacionadas à cultura, tecnologia, turismo, entre outros conhecimentos, gerando novos negócios com criatividade e usabilidade, resultando aumentos de receitas, empregos, impostos e a melhoria da autoestima da comunidade. A economia criativa é aquela que coloca a criatividade como fator central para definir os valores de bens e/ou serviços. Segundo o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), são setores nos quais os valores das produções estão fundamentados nas propriedades intelectuais e em aspectos criativos que geram receitas e impactos nos sistemas econômicos. O City Marketing é o Marketing da Cidade, também conhecido como Marketing do Destino, e é composto de uma série de ações no mercado, destacando todo ou parte do município, com objetivos de incentivar, qualificar e promover os atrativos geográficos, históricos, culturais, equipamentos e serviços de uma cidade. Portanto, exige planejamento, organização, gestão e avaliações constantes das conquistas, resultados e continuidade de ações. Infelizmente, por falta de compreensão da ciência e arte destacadas na economia e no marketing, alguns países, estados e municípios ainda não desenvolvem trabalhos profissionais para atraírem visitantes – participantes de eventos, investidores e turistas de lazer –, que trazem recursos originados em outras cidades. Outros destinos aprenderam as combinações entre a economia, marketing e política aplicados às cidades, à hospitalidade, aos eventos e ao turismo e estão alcançando bons resultados. 

Os economistas profissionais que pesquisam, estudam e trabalham com a economia nos seus aspectos macroeconômicos, microeconômicos, desenvolvimento social e a sustentabilidade entre a oferta e a demanda buscam a melhoria da qualidade de vida dos seres humanos. Os economistas contribuem no planejamento e na gestão de políticas públicas, evitando-se os desmontes das conquistas anteriores nas gestões de quatro anos nos governos federal, estadual e municipal. Às vezes, os gestores são neófitos que, quando começam aprender as alternativas adequadas, são substituídos, dificultando os avanços no desenvolvimento social econômico. Assim, observa-se falta de continuidade das conquistas em 8, 12, 16 e 20 anos ou mais, voltando as discussões repetidas sobre posicionamento da cidade e as aplicações do City Marketing e da economia criativa. As organizações econômicas privadas sem ou com fins lucrativas são as grandes prejudicadas pelas repetições de equívocos do setor público. Será? Respeitam-se todas as opiniões contrárias. São reflexões. Podem ser úteis. Pensem nisso.

*Economista e mestre em Comunicação Social


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