Crédito para a Argentina e calote nos brasileiros

Crédito para a Argentina e calote nos brasileiros

Grande parte desse calote se refere às vendas feitas pelas agroindústrias nacionais, como carne de frango e ovo.

Tenente-Coronel Zucco

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Você venderia seu carro ou imóvel para alguém que estivesse desempregado, devendo ao banco, pagando apenas o rotativo do cartão de crédito, cheque especial no limite e negativado no Serasa? Essa é exatamente a situação financeira da Argentina, para quem o presidente Lula está negociando uma linha de financiamento para a compra de produtos brasileiros. A ideia é que o BNDES seja a fonte de financiamento. No entanto, as condições econômicas dos nossos vizinhos beiram a insolvência, com desemprego em massa, escassez de dólares e inflação acima de 100% ao ano. Qual a chance de esse negócio dar certo? Nenhuma! Enquanto isso, empresários brasileiros lutam há cinco anos para receber mais R$ 200 milhões de produtos exportados para Cuba. 

Grande parte desse calote se refere às vendas feitas pelas agroindústrias nacionais, como carne de frango e ovo. Essa comercialização foi realizada no âmbito do Programa de Financiamento às Exportações (Proex), operacionalizado pelo Banco do Brasil. O caso foi parar na Justiça e a Câmara dos Deputados realizou uma investigação para apurar os responsáveis por autorizar os contratos. 

No entanto, nossos empreendedores seguem sem receber pelos produtos enviados e o cidadão brasileiro paga para tirar países do sufoco e construir grandes obras de infraestrutura lá fora. Isso é revoltante! E não é somente com a Argentina que o governo federal está retomando as mesmas relações comerciais que acabaram desaguando num dos maiores esquemas de corrupção do planeta. Mas, como o próprio vice-presidente Geraldo Alckmin vaticinou, eles estão de volta à cena do crime. Mais audazes, mais vorazes e sem nenhuma vergonha na cara.


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