Dezembro Vermelho precisa ser acionado

Dezembro Vermelho precisa ser acionado

Por Pedro Ruas*

Correio do Povo

publicidade

Relatório da Unaids, da Organização Mundial da Saúde, destaca que as metas traçadas para 2020 não foram cumpridas pelos países associados e resultaram em 3,5 milhões a mais de infecções por HIV e 820.000 mortes a mais relacionadas à Aids, desde 2015. Como resultado - ainda de acordo com o relatório - a resposta à Aids pode retroceder em 10 anos ou mais, de forma a inviabilizar a meta de se chegar ao ano de 2030 sem novos casos. E faz um alerta: muitos países, entre esses alguns da América Latina, deixaram sem orçamento o atendimento ao HIV, dedicando esforços para o combate da pandemia de Covid-19. Se tal quadro continuar, provocará graves interrupções nos serviços de combate ao HIV.

O tema é de grande importância para o debate, em especial neste mês, quando vivemos o Dezembro Vermelho, lei de minha autoria criada especialmente para marcar o 1º de dezembro que é dedicado pela Organização Mundial da Saúde como o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Quando propus à Assembleia Legislativa a criação da Lei 15.023, com o objetivo de prevenir e envolver todo o conjunto de entidades oficiais das áreas da saúde e a comunidade no enfrentamento ao HIV/Aids e a outras Doenças Sexualmente Transmissíveis DSTs, o Rio Grande do Sul era o segundo estado no ranking infeccioso, com 31,8 casos positivados para cada grupo de 100 mil habitantes. Tínhamos Porto Alegre como a capital onde mais pessoas morriam de Aids no Brasil, com 22,4 óbitos por 100 mil habitantes. Dados recentes indicam que o RS continua com o maior número de óbitos e que o índice de gestantes contaminadas é assustador.

Diante desse quadro, é fundamental que cobremos dos responsáveis a aplicação na prática do Dezembro Vermelho, como a realização de atividades com foco na conscientização, prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas vivendo com HIV/Aids; a iluminação de prédios públicos com luzes de cor vermelha, como forma de chamar a atenção para a temática; promoção de palestras e atividades educativas; veiculação de campanhas de mídia e eventos que tenham como missão esclarecer a sociedade sobre essas doenças que atingem todas as classes sociais, independentemente de raça.

*Vereador eleito para Porto Alegre


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895