Empreendedorismo é coisa de mulher

Começar um negócio no Brasil não é fácil, mas sendo mulher os desafios podem ser ainda maiores. Elas ainda são as maiores responsáveis pelas tarefas domésticas, precisando conciliar o cuidado com a casa e os filhos ao mesmo tempo em que precisam trabalhar para complementar a renda da família. Dentro desse cenário que já é desfavorável, a pandemia diminuiu consideravelmente o público feminino à frente de empresas, tendo uma queda de 1,3 milhões de empreendedoras no ano de 2020 em comparação com 2019, segundo dados do Sebrae. 

Mesmo com a queda no número de empreendedoras, o Brasil ainda é o 7º no ranking de maior número de proprietários de negócios entre a população. Infelizmente, pouco desse empreendedorismo é encabeçado por mulheres. A verdade é que para ser uma mulher e comandar o próprio negócio, não basta apenas ter vontade e disposição, mas é preciso se esforçar o dobro para, de fato, conquistar um espaço em meio ao público majoritariamente masculino. 

Para além desses desafios, um outro em particular pode ser uma grande dor de cabeça para as donas de negócios. Começar a própria empresa é estar sempre dependendo da criatividade e do conhecimento para criar estratégias inovadoras em meio aos concorrentes. A carga de trabalho das mulheres é ainda maior se somarmos todas essas questões. Não basta apenas empreender, mas estar sempre atenta às novidades do mercado e as demandas dos consumidores. 

Incentivar o empreendedorismo feminino deveria ser uma tarefa de todos, já que colabora para a construção de uma sociedade melhor, gerando oportunidades de liderança para as mulheres. Assumir o próprio negócio é uma forma de empoderamento e independência do público feminino. Para se debater efetivamente sobre a luta de gênero, é indispensável se questionar que espaços as mulheres estão ocupando dentro do todo. 

Se o perfil de um bom empreendedor é dinâmico, adaptável e multitarefas, essa definitivamente é uma profissão feita para mulheres. 

*Diretora comercial