Estiagem: onde estão as soluções?

Estiagem: onde estão as soluções?

Por Edson Brum*

Correio do Povo

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O Rio Grande do Sul enfrenta a sua segunda estiagem em menos de um ano. A situação é de extrema gravidade para o agronegócio e há registros de falta de água para o consumo humano em algumas regiões.

Na seca do início do ano, 394 municípios tiveram o decreto de situação de emergência homologado pelo governo gaúcho. Agora, levantamento da Defesa Civil aponta que mais de 50 municípios já estão em situação de emergência. Ainda em julho, alertei que o RS enfrentaria outro verão sem água por incompetência dos órgãos responsáveis, o que, infelizmente, está se concretizando. Em ação conjunta entre Assembleia Legislativa, bancada federal gaúcha e governos estadual e federal, conseguimos a liberação de R$ 55,1 milhões para a abertura de 1.025 microaçudes e perfuração de 419 poços artesianos.

Quatro meses depois, grande parte dos municípios segue sem as obras e os esclarecimentos sobre a situação são superficiais. Consequência da atuação burocrática e eleitoreira das secretarias do governo do Estado.

Como presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha, testemunhar este cenário repetitivo e desolador me causa perplexidade e inconformidade e faz com que eu questione novamente a morosidade e o descaso com que são tratadas questões tão essenciais para a população gaúcha. Afinal, a estiagem não afeta somente a nossa sobrevivência, mas o principal fomento de nossa economia: o agronegócio. O Estado registra projeção de 10% de recuo nas exportações do setor no acumulado do ano devido à seca.

Necessitamos dos poços e açudes finalizados com urgência. Igualmente, é fundamental a criação de isenções tributárias para equipamentos de irrigação, com financiamento longo e sem juros. Outros pontos que precisam ser resolvidos são a demora na emissão de licenças ambientais para construção de açudes e barragens e o empecilho para utilização de água para irrigação. Teremos a incidência do La Niña até o final do verão em todo o Estado. Já passou da hora de o governo agir e trazer soluções. 

*Deputado estadual


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