Exercício ilegal da medicina: nossa saúde em risco

Exercício ilegal da medicina: nossa saúde em risco

Por Marcos Rovinski*

Marcos Rovinski

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Situação bastante comum: compramos um produto falsificado que parecia igual ao original. Bonito, útil e muito mais barato. Mas em pouco tempo, o item quebra, para de funcionar. Não há como consertar. Dinheiro jogado fora — com necessário custo de adquirir algo novo e legítimo, para não retornar ao mesmo problema e prejuízo.

Ao buscarmos procedimentos ou consultas com profissionais que exercem ilegalmente a medicina, o cenário é muito pior. Parece vantajoso, mas não estamos tratando de um objeto. Neste caso, a nossa saúde está em jogo. E as consequências podem ser gravíssimas, irreparáveis e, em alguns casos, custar a própria vida.

Infelizmente, ainda se sucedem casos do tipo — somente no Rio Grande do Sul, foram mais de 50 denúncias apenas em 2021, relacionadas a serviços feitos por profissionais não habilitados ou autuação de falsos médicos. Diagnósticos indevidos, procedimentos que não seguem as normas da saúde, ineficazes ou que trazem complicações podem ocorrer nessas situações.

Os riscos dos procedimentos realizados ou indicados por não médicos para os pacientes são enormes. Em muitos casos, não há conserto ou nova compra, como é possível fazer com um produto do varejo. O exercício ilegal da medicina pode causar graves sequelas à saúde. Há situações de necessárias cirurgias corretivas ou efeitos indesejáveis para toda a vida. Lesões no corpo, necrose, comprometimento de nervos e membros e infecções generalizadas são algumas das complicações possíveis após procedimentos feitos por profissionais incapacitados e com condições inadequadas.

Além do sofrimento do indivíduo, o desdobramento afeta o sistema de saúde, aumentando a demanda por exames, consultas e procedimentos — e fazendo a fila do atendimento especializado crescer ainda mais. Algo que poderia ser evitado ao se escolher um profissional habilitado ou serviços em situação regular e adequada.

O Simers alerta à população: ao buscar um atendimento que envolva a sua saúde, procure instituições e profissionais qualificados. Em caso de dúvidas, é possível pesquisar referências no Conselho de Medicina ou instituições pertinentes. Ao presenciar irregularidades, não hesite: denuncie. Combater o exercício ilegal da medicina é defender a saúde.

Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers)*


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