Façanhas do IPVA injusto

Façanhas do IPVA injusto

Por Tenente-Coronel Zucco*

Correio do Povo

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A comoção diante da pandemia é incapaz de sensibilizar alguns líderes gaúchos que protagonizaram cenas de absoluta falta de empatia. Tivemos absurdos com o “fecha tudo, fica em casa, a economia se vê depois” que quebrou de mais de 100 mil empresas, seguido da interdição de gôndolas de supermercados, fechamento de escolas e obrigatoriedade do uso de máscaras em crianças a partir de três anos.

Agora, o mais recente absurdo é o aumento médio de 22,33% nos valores cobrados do IPVA. A isso soma-se a insensibilidade de anos anteriores que fez várias locadoras - empresas que mantêm grandes e variadas frotas - migrarem para estados onde se praticam tarifas mais justas.

Para barrar a fúria arrecadatória do Poder Executivo, protocolei projeto que veda qualquer aumento, usando-se a mesma base de cálculo de 2021. Afinal, sensatez é o mínimo que se espera de um administrador público diante do sofrimento da população.

Nossa preocupação com os gaúchos na pandemia teve início ainda em 2020 quando aprovamos o projeto de parcelamento do IPVA em até 10 vezes. O governador sancionou a iniciativa, mas até hoje não regulamentou a matéria. Com o projeto, queríamos proteger o contribuinte e os empresários de todos os tamanhos, cujas frotas geram emprego e tributos. O reajuste determinado para o ano que vem também é indecoroso diante de uma inflação de 11% nos últimos 12 meses na região metropolitana.

A tabela do IPVA é mais um ato que atenta contra a necessidade de ajuda mútua neste momento de grande e generalizada dificuldade em nosso Rio Grande. A moto, por exemplo, veículo de sobrevivência para muitas pessoas desempregadas que migraram para o serviço de tele-entrega, foi majorada em 23,13%.

O esforço de vários segmentos para minimizar as consequências da crise sanitária é permanente. Neste viés, é difícil compreender os apelos diários do Executivo à solidariedade dos gaúchos. Parece que o “dono da caneta” está mais preocupado em alardear façanhas Brasil afora que, de verdadeiras, nada não têm.

*Deputado estadual


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