Fragilidade humana

Fragilidade humana

Por: Paulo Franquilin*

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Somos a espécie animal mais bem preparada para viver sobre o planeta, segundo nossa avaliação egocêntrica, alegando nossa superioridade a todos os demais seres que vivem na Terra. Conseguimos dominar a natureza impondo nossa vontade sobre relevo, flora e fauna, destruindo aquilo que entendemos não ser necessário à nossa existência, inclusive criando materiais novos para substituir aquilo que naturalmente já possuíamos.

Largamos nosso esgoto em qualquer córrego, rio, lago e nos oceanos, sem nenhum tratamento, por entendermos que isso não é necessário ao longo de séculos, devastamos florestas para sobrepor a agricultura e a pecuária. Nossas cidades são uma invenção, criamos espaços artificiais para que estejamos bem, não importando se não houver nada do natural preservado, nosso concreto e asfalto se sobrepõe às árvores e plantas.

Nossa tecnologia já nos levou até o espaço e ao fundo dos oceanos, tivemos inúmeros progressos na área da preservação da vida humana, criando medicamentos e vacinas para combater as doenças que nos afetam.

Ainda inventamos o dinheiro, um meio de valorizarmos as coisas e as pessoas, sendo possível avaliar quanto custará uma nova tecnologia em bilhões, sendo que estes bilhões não existem. Mas, apesar da nossa suposta superioridade sobre a natureza, somos frágeis perante qualquer micro-organismo que decida invadir nosso corpo, pois todo o aparato de medicamentos tem um limite e o surgimento de novos vírus e bactérias pode não ser controlado.

Não vamos nos iludir por vivermos num ambiente moderno e servido por toda tecnologia: nossos organismos são alvo diário de inúmeros ataques, sendo possível observar que nosso afastamento da natureza nos enfraqueceu. A solução é buscar o equilíbrio, respeitando todos os seres que vivem conosco no planeta, buscando a resolução de nossos problemas sem destruir tudo o que, aparentemente, seja mais fraco que os seres humanos. 

*Jornalista e escritor 


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