Getúlio Vargas: ‘A história falará por mim’

Getúlio Vargas: ‘A história falará por mim’

Por Eloi Guimarães*

Eloi Guimarães

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Em 19 de abril de 1882, portanto já se passaram 140 anos, nascia em São Borja Getúlio Dornelles Vargas, o maior estadista latino-americano, líder da Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha. Inquestionável que a história brasileira tem um marco transcendental na figura imortal do maior de todos os presidentes do nosso país, Getúlio Vargas. A Revolução de 30, movimento cívico-militar, sob seu comando, constituiu-se no grande divisor político, econômico, social e cultural do país, verdadeira era, a Era Vargas. O Brasil emerge, deixa de ser uma nação exclusivamente agropastoril, semifeudal, e inicia uma caminhada de realizações e transformações na busca da vida urbana, gerando um processo industrial, constituindo as bases e infraestruturas fundamentais para ingressar na modernidade, concebendo, em consequência, uma legislação trabalhista compatível com a dignidade do trabalho e do trabalhador. Enfatizava, invariavelmente, o presidente Getúlio Vargas, nos seus magníficos pronunciamentos, que “o trabalho é o maior fator de elevação da dignidade humana”.

Apeado do poder em 1945, poderia ter resistido exitosamente, todavia não o fez, mercê do seu espírito público. Levado a concorrer à Assembleia Nacional Constituinte de 1946, elege-se senador por dois estados da Federação, Rio Grande do Sul, pela legenda do PSD e por São Paulo, pelo PTB, tendo, também, sido eleito deputado federal por sete estados: Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, pelo PTB. À época, a legislação o permitia. Ademais, apoiou e ajudou a eleger o general Eurico Gaspar Dutra à Presidência da República.

E, afinal, o Estado Novo, questionado na biografia do estadista, não se justifica, mas se explica, com somadas razões e motivos, visto que a conjuntura nacional e internacional era ameaçadora, dado que no plano interno, crises perturbavam a sobrevivência do governo, com atentados, até para eliminar o próprio presidente: Intentona Comunista de 1935, o Levante Integralista de 1938, conspirações em alguns estados e, no plano externo, sopravam os ventos da Segunda Guerra Mundial, sacudindo a estabilidade das nações. Nazismo e fascismo davam sinais evidentes de golpes, que sairiam com Getúlio ou sem Getúlio, preferível com Getúlio, penso eu, como efetivamente ocorreu. Oportuno referir o episódio, simbolizado na incineração das 22 bandeiras dos estados, dado que tivemos revoluções regionais nas províncias: Revolução Farroupilha, Balaiada, Cabanagem, Sabinada, que se mantinham no imaginário de muitos, para se separarem do Brasil. O evento reafirma a territorialidade brasileira. Getúlio volta ao poder em 1950 nos braços do povo. Em 24 de agosto de 1954, suicida-se e a nação enfrenta uma das maiores comoções de sua história.

Advogado – procurador municipal aposentado*


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