Inovação: a palavra de ordem do agronegócio

Inovação: a palavra de ordem do agronegócio

Por Marcus Vinícius de Almeida*

Marcus Vinícius de Almeida

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Quem diria que um voo sem grandes pretensões de combate aos gafanhotos em Pelotas, em agosto de 1947, ou a inauguração da primeira colheitadeira de arroz a gasolina no Rio Grande do Sul, em 1965, mudariam a escala produtiva do agronegócio brasileiro? Da pulverização de lavouras por meio aéreo ou da facilidade de colheita, em que, até então, se via o produtor de arroz plantar o grão com a mão e colher com a foice, testemunhamos a transformação do agronegócio em passos largos.

Entre 2002 e 2022, o PIB agrícola do país saltou de 122 bilhões de dólares para 500 bilhões − o equivalente a uma Argentina. E esse resultado não veio do dia para a noite. É fruto de trabalho, dedicação e também da tecnologia. Essa realidade chegou e não irá mais parar. A inovação é o pano de fundo das mais diversas feiras do agronegócio gaúcho.

A Expodireto − tradicional feira da agricultura de precisão e larga escala − e a Expoagro Afubra, considerada a feira de agricultura familiar mais importante do Estado, pautaram o tema. A Expointer já traz fortes indícios de que dará ênfase à matéria em sua próxima edição. Isso porque a tecnologia e o agronegócio se tornaram duas esferas indissociáveis.

Para além da produtividade ou do mapeamento da qualidade do solo, a indústria 4.0 precisa estar ao lado do agricultor em outras frentes. Um exemplo é o combate à estiagem com o auxílio da tecnologia. Israel provou que é possível: um país que carece de recursos hídricos e tem mais da metade de seu território coberto por desertos, hoje, exporta frutas. Com investimento e pesquisa, o país dispõe de um complexo e resolutivo sistema de irrigação.

É cada vez mais necessário que feiras, produtores e agentes políticos tratem do pacto da Indústria 4.0 com o agronegócio como um mecanismo promissor. É um ciclo sustentável e exequível, mas que não pode ficar apenas no discurso. Por isso, a partir de agora, a Assembleia Legislativa terá uma estruturação para tratar de forma permanente o tema por meio da Frente Parlamentar da Inovação. Como presidente da coalizão, pautarei temas que favoreçam, de fato, o nosso produtor. Vamos reunir entidades, mapear casos de sucesso e, de fato, zelar pelo setor primário.

*Deputado estadual (PP/RS) e presidente da Frente Parlamentar da Inovação


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