IPE revela incompetência

IPE revela incompetência

Será este o Rio Grande das “façanhas“ que o futuro candidato a presidente vai mostrar ao Brasil?

Sergio Arnoud

publicidade

A questão da crise no IPE saúde é, como disse o escritor Gabriel Garcia Marques, a crônica de uma morte anunciada.

Desde o início do primeiro governo Eduardo Leite, o abandono do Instituto de Previdência do Estado, que ficou longos meses para ter a diretoria constituída, revelava-se como desafio às suas “façanhas”.
Oito anos sem reajuste salarial e, consequentemente, sem aumento do repasse ao IPE levaram ao caos o instituto. Aliás, o IPE não pode recorrer aos empréstimos consignados, como os servidores que hoje estão negativados em sua esmagadora maioria.

É bom ressaltar que o fracasso do IPE Saúde é mais um dos gigantescos fracassos deste governo. O maior deles é a renegociação da dívida, que, alertamos, seria impagável. Pois, agora, a própria Secretária da Fazenda confirma isso e busca desesperadamente uma nova negociação.

Outros fracassos acontecem na economia gaúcha, em que a indústria cresce para baixo, como cola de cavalo. O comércio, nem com Dia das Mães ou dos Namorados, sai da estagnação. O Rio Grande encolhe a olhos vistos.

Ora, os salários dos servidores que sempre contribuíram para o crescimento econômico, perderam mais de 60% do poder de compra. Poucos têm o nome limpo para comprar no crédito. É inconcebível que os servidores estaduais, na sua maioria, tenham tido apenas 6% de reajuste quando, diga-se de passagem, tivemos categorias que tiveram reposição salarial, principalmente os cargos de confiança (CCs). E, para o destino insólito dos servidores do Executivo estadual do Rio Grande do Sul, eles representam os únicos que ainda não receberam o reajuste salarial com, no mínimo, a reposição da inflação do período. Isso significa achatamento salarial e perda substancial de poder aquisitivo. Tudo é prioridade, menos o serviço público, essencial para o atendimento da sociedade gaúcha. 
Agora, com este projeto “inédito“, os de menor salário vão pagar mais do que os de maiores. Sem qualquer reajuste, o estopim vai estourar.

Será este o Rio Grande das “façanhas“ que o futuro candidato a presidente vai mostrar ao Brasil?

Será que os deputados estaduais irão se associar a este projeto malcheiroso que vai oficializar o confisco salarial? 


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895