IPE Saúde é problema de Estado, mas os governantes são os responsáveis pela crise

IPE Saúde é problema de Estado, mas os governantes são os responsáveis pela crise

O grande responsável por esta situação, além das administrações amadoras, é o congelamento salarial

Sérgio Arnoud

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A partir do governo Sartori que recebeu o IPE Saúde com um fundo de reserva substancial e o deixou zerado, as seguintes administrações políticas, e sem a necessária qualificação técnica, levaram o instituto a esta situação crítica explanada pelo atual governo e que já era denunciada havia muito pelas entidades de classe. É a verdadeira crônica da morte anunciada, pois desfila há anos diante da omissão dos governos que preferiram olhar para o lado e nada fazer.

O grande responsável por esta situação, além das administrações amadoras, é o congelamento salarial que supera 60% nos últimos oito anos, com apenas reposição inflacionária de 6%. Ora, o orçamento do IPE Saúde é de cerca de 3,2 bilhões e, apenas com a correção inflacionária dos salários, os déficits apresentados pelo governo desapareceriam e ainda haveria folga para melhorar e acrescentar novos serviços.

O que não aceitamos é cobrar mais dos que ganham menos e de seus dependentes para solucionar déficits simulados por gestões nomeadas pelos governos e que são as verdadeiras responsáveis pelo rombo.

Independentemente disso, a Fessergs e o Fórum Permanente em Defesa do IPE Saúde apresentaram propostas ao IPE e ao governo do Estado para o enfrentamento da crise sem a necessidade de aumentar cobranças de servidores que não têm sequer respeitado o reajuste anual de salários previsto na Constituição federal.

Estas propostas, que passam pela correção das distorções existentes e propõem novas fontes de custeio, sequer foram respondidas. Ou debatidas com a profundidade que a situação requer. Rejeitamos a solução simplista de aumentar contribuições de quem não tem aumento de salários, modelo Robin Wood invertido, que saqueia os mais pobres para beneficiar os mais ricos. Há saída possível para esta crise, sem onerar mais ainda servidores sem reajuste há oito anos, Senhor governador, os segurados e suas entidades têm propostas.


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