Janeiro de 2022 e a Covid

Janeiro de 2022 e a Covid

Por Luiz Carlos Amorim*

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E a pandemia vai se agravando, de novo, nesse janeiro de 2022. No dia 19 de janeiro, pela primeira vez, o Brasil registrou mais de 200 mil novos casos de Covid-19 em 24 horas. Devido à variante Ômicron, o número de mortes só aumenta e hospitais lotam. Não é o começo de ano que a gente esperava. O Brasil atingiu mais de 1 milhão de pessoas contaminadas pela Covid-19 na última semana de janeiro. Foram 1.305.447 registros. São números muito altos que fazem os hospitais se esgotarem, pois as pessoas que não se vacinaram estão sendo contaminadas e muitas estão tendo complicações, indo parar nas UTIs.

Também quase no final do mês de janeiro, começou a campanha de vacinação infantil contra a Covid para crianças de 6 a 11 anos. Com quantidade de doses pequena, mas começou. Pra variar, dá-se a partida e logo começa a andar a passo de tartaruga, como aconteceu com a vacina para adultos. No dia 20 de janeiro, a Anvisa autorizou a aplicação da vacina CoronaVac em crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, mas vetou o uso em pessoas com baixa imunidade e não pode ser aplicada em imunossuprimidos. A aplicação está liberada para público com outras comorbidades. A vacina é a mesma usada em adultos, sem adaptação para versão pediátrica, pois tem 50% de eficácia, como sabido.

Em meados de janeiro, uma nota do Ministério da Saúde trouxe uma contradição sobre o uso da cloroquina no tratamento contra a Covid-19. Normal, vindo deste desgoverno, não e? Na página 13, o documento rejeita o uso da substância: “Recomendamos não utilizar hidroxicloroquina/cloroquina, isolada ou em associação com azitromicina, em pacientes com suspeita ou diagnóstico de Covid-19”. Mais à frente, porém, na página 25, no entanto, o Ministério da Saúde afirma que há demonstração de efetividade da cloroquina e que não há a mesma demonstração a respeito da vacina. O desgoverno insiste na cloroquina, depois de tanto tempo da comprovação científica de que não é indicado? O que é preciso é que todos se vacinem, mas o presidente não quer que isso aconteceça, sempre fazendo campanha contra a vacina.

Então janeiro não foi um bom mês, nem para o Brasil, nem para o mundo todo. A Ômicron tomou conta e a pandemia disparou. Precisamos continuar nos cuidando, pois mesmo com Covid branda, podemos ter sequelas. Isto dito por infectologistas, médicos, especialistas.

*: Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021


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