MIssiva ao alcaide

MIssiva ao alcaide

Por: Antônio Carlos Côrtes*

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Nobre alcaide, o senhor, que hoje se orgulha de ser nosso parceiro como Cidadão de Porto Alegre, bem que poderia ouvir mais seus munícipes. O ex-prefeito João Dib leciona que o grande problema de Porto Alegre são seus pequenos problemas. Como o senhor é advogado, vou apresentar esta peça vestibular incoativa.

A um: a festejada orla do Guaíba não possui sanitários em quantidade para atender à demanda, especialmente em final de semana.
A dois: a mesma orla não possui árvores, sendo que Porto Alegre já foi a cidade mais arborizada do Brasil. Hoje, ocupa o quarto lugar, atrás de Goiânia (cidade do estado onde o senhor nasceu), Campinas e Belo Horizonte.

A três: a cidade está escura na maioria de suas ruas. Só grandes avenidas estão razoáveis. O Quarto Distrito, então, é treva digna de filme de terror.

A quatro: as faixas demarcatórias para motocicletas, antes dos semáforos (sugestão que ajudamos a construir) estão apagadas.
A cinco: os acidentes com motocicletas constituem maioria no trânsito de Porto Alegre. Sugiro que coloquem, onde couberem, carcaças, sucatas de motos acidentadas junto aos canteiros destes pontos para ajudar a conscientizar motoqueiros e outros condutores. Os argumentos convencem, mas os exemplos arrastam. Com certeza, a terrível estatística irá diminuir.

A seis: praças e jardins da cidade poderiam comportar econômicos sanitários de aço, a exemplo de alguns da zona sul da cidade do Rio de Janeiro.

A sete: mande construir, no Largo Glênio Peres, palco para o uso de nossos sofridos artistas de espetáculos populares, já que o Teatro Pôr do Sol vai ser demolido.

A oito: que lixeiras, especialmente do Centro Histórico, possam ser substituídas por outras de maior volume.

A nove: o mais belo viaduto do mundo, o Octávio Rocha, na avenida Borges de Medeiros, dizem que vai ser revitalizado. Ora, só se revitaliza aquilo que uma vez teve vida. Há muito tempo a vida ali morreu. Os atuais comerciantes ali acreditados é que lutam, do seu jeito, para ressuscitá-lo. Logo, merecem respeito por esta contribuição à cidade. A pandemia fez alguns ficarem inadimplentes. Logo, renegocie à exaustão.

* Cidadão Emérito de Porto Alegre


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