Monkeypox: cenário atual

Monkeypox: cenário atual

Por Anderson Luís Pires Silveira*

Anderson Luís Pires Silveira

publicidade

Na quarta-feira recente (10), teve início, no internato do curso de medicina, a disciplina de Saúde Coletiva. Em razão dessa atividade, estamos tendo a oportunidade de acompanhar as estratégias desenvolvidas pelo setor de vigilância em saúde com o objetivo de agir de maneira efetiva para conter o avanço da Monkeypox. 

Tal doença ficou conhecida como “varíola do macaco”. Entretanto, hoje sabemos que o macaco não é reservatório do Monkey Pox Vírus. Suspeita-se que os verdadeiros reservatórios do Monkey Pox Vírus sejam pequenos roedores que vivem nas florestas tropicais da África. A transmissão dessa doença zoonótica ocorre por meio do contato com animais contaminados ou ser humano contaminado, também por meio de objetos recém-contaminados, gotículas respiratórias e por meio de fluidos corporais.

Ademais, a letalidade da Monkeypox varia de 1% a 8%. Sabe-se que o período de incubação da doença se dá entre 6 e 16 dias, podendo se estender aos 21 dias. Os sintomas que podem estar presentes por ocasião da contaminação são os seguintes: febre, dor de cabeça, dor nas costas, dores musculares, calafrios e exaustão. Neste momento, o vírus tem ação autolimitada. Em duas a três semanas, as crostas das feridas secam e cessa o risco de contaminação. Entretanto, não podemos desconsiderar a possibilidade de mutação do Monkey Pox Vírus. Assim sendo, após mutação do vírus, o indivíduo, já contaminado uma vez, pode ser novamente contaminado por meio do contato com uma nova variante.

Faz-se necessário lembrar que a Monkeypox não está restrita a determinado grupo de pessoas ou restrita a determinado tipo de atividade. O que sabemos, até então, é que indivíduos imunodeprimidos, por exemplo, correm o risco de, ao contrair a Monkeypox, manifestar um quadro mais grave em razão do seu respectivo sistema imunológico. Tal esclarecimento se faz necessário para que não ocorra estigmatização de parcela da população. Como ainda não há tratamento específico para a Monkeypox, faz-se necessário que mantenhamos a correta lavagem das mãos e a higiene pessoal, que mantenhamos também o uso de máscara e que, na medida do possível, sigamos com nossas atividades laborais e/ou acadêmicas.

*11º semestre do curso de medicina da UFSM


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895