Nossas façanhas? Não, dos outros

Nossas façanhas? Não, dos outros

Mas um dado impressiona dentro do Brasil

Rodrigo Favreto

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O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação elaborou o relatório “Indicadores Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação 2022”, que está disponível em seu site (www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/indicadores). O documento é importante, demonstrando evoluções e involuções dos investimentos em ciência no Brasil, fazendo comparativos interessantes, acompanhando movimentos de diferentes governos e/ou da economia.

Percebe-se a discrepância do investimento brasileiro em ciência, comparado ao de outros países, ditos desenvolvidos. Enquanto países como Coreia, Estados Unidos, Alemanha, Japão, China, entre outros, investem acima de 2% do seu produto interno bruto (PIB) em pesquisa, o Brasil aplica apenas 1%... Israel por exemplo passou de 5% em 2020.

Mas um dado impressiona dentro do Brasil: a vergonha que passa o Rio Grande do Sul quando se trata de investimentos em pesquisa. Enquanto alguns estados brasileiros utilizam até 4% (São Paulo) de suas receitas totais em pesquisa, o RS nos envergonha com seus míseros 0,23%. O nosso Rio Grande fica lá no final da fila no gráfico, abaixo da grande maioria dos estados. Isso é pedir pra não desenvolver! E isso é decisão política.

Cadê o fortalecimento das instituições de pesquisa do RS? Na área agropecuária por exemplo, o governo decidiu manter a FEPAGRO – Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária extinta e resumida atualmente num Departamento da Secretaria da Agricultura; e o IRGA – Instituto Rio Grandense do Arroz luta para continuar existindo. O governo parece não dar a mínima importância... Esse é o ‘futuro que nos une’? Enquanto a decisão for de apenas ‘cortar gastos’ e não investir em políticas de desenvolvimento científico e tecnológico, o estado continuará na penúria.


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