O fim do ziguezague gaúcho
Por Gabriel Souza*
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O anúncio do governador Eduardo Leite sobre o investimento de R$ 1,3 bilhão em obras não se restringe à importante notícia de um vultoso aporte do Estado em recuperação de estradas. Trata-se, também, da constatação da importância de seguirmos por um mesmo caminho durante governos consecutivos.
O Rio Grande do Sul passou as últimas décadas em um ziguezague político. A cada quatro anos, as urnas elegiam um projeto diferente, de forma a alterar o rumo e romper com as políticas propostas no último período. Estávamos indo para um lado quando, nas eleições, decidia-se ir para o outro. Ao derrotar no primeiro turno os projetos antagônicos e decidir continuar o programa iniciado pelo governo Sartori, o povo gaúcho apostou nos resultados que estamos colhendo.
Enfrentando as questões estruturais que emperravam o desenvolvimento do Estado, Sartori sempre dizia que “recuperar o Rio Grande não é obra para um homem só, nem para um governo só”. O gringo estava certo. Da mesma forma, Leite tem repetido que seu governo não é de ruptura, mas de “evolução”, pretendendo-se avançar com o programa estabelecido no governo anterior.
Baseado em três pilares – equilíbrio fiscal, modernização da máquina pública e rediscussão do tamanho do Estado – tal programa busca recuperar as condições financeiras do RS para o oferecimento dos serviços públicos essenciais ao cidadão, oportunizando que empresários, trabalhadores e profissionais liberais tenham as condições de produtividade que geram emprego e renda.
Os governos têm virtudes e defeitos e a disputa, às vezes, ocorre dentro do mesmo campo — isso é da natureza da democracia. Mas o mais importante é que, acima disso, o Estado mantenha seu rumo e sua agenda de mudanças. A avenida reaberta por Sartori e mantida por Leite deve ser preenchida pelos mesmos compromissos que sempre moveram quem quer um Rio Grande economicamente desenvolvido, estruturalmente moderno e socialmente inclusivo.
*Presidente da Assembleia Legislativa do RS