Olhar afetuoso faz a diferença na advocacia

Olhar afetuoso faz a diferença na advocacia

Por: Lisiana Carraro*

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Passar por um processo judicial pode envolver muitos transtornos e até mesmo traumas. Com certeza, muitos colegas já perceberam a inquietude de um cliente ao entrar no escritório. Por isso, é fundamental que nós, advogados, tenhamos um olhar humanizado para acolher os clientes. Ter o nome no Judiciário causa muita insegurança, ainda mais quando a pessoa desconhece os caminhos a serem seguidos e o resultado terá impacto direto na sua vida. É como receber o diagnóstico de uma doença: primeiro precisamos lidar com o paciente e depois explicar o tratamento.

Já recebi mulheres no escritório que estavam ansiosas por questões familiares que pareciam não ter solução ou até mesmo problemas na empresa. Mulheres que passaram algumas noites em claro pensando nos problemas. Para estas, se a lei diz “x” ou ”y” é um segundo passo. O mais importante é se sentirem escutadas e acolhidas, saber que alguém entende o que está acontecendo e pode ajudar a resolver.

Nós, advogados, temos o costume de usar termos complexos, citar as leis. Mas a verdade é que a pessoa que está passando por uma situação complicada só quer saber se o seu problema tem solução. Ficar demonstrando conhecimento e erudição cria uma barreira invisível que distancia as pessoas e pode gerar ainda mais insegurança e ansiedade. 

Muitas vezes, este é o momento de deixar o “juridiquês” de lado e buscar uma conexão com aquela pessoa que está depositando sua tranquilidade em nossas mãos. Se somos responsáveis pelo futuro de pessoas e empresas, precisamos fazer jus a esta responsabilidade e procurar ter o olhar atento, afetuoso e empático.

Gosto de dizer que advogar é muito mais do que processo, é cuidar do outro. Acredito que ao estabelecermos uma conexão verdadeira com a pessoa do outro lado, conseguimos não apenas acolher, mas trabalhar melhor juntos por uma solução mais satisfatória.

 

*Mentora e advogada


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