Os desafios da educação no Brasil
Por Hamilton Mourão*
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No curso natural da evolução das nações, um dos maiores desafios é dar um salto de qualidade na educação, proporcionando ensino de excelência aos seus cidadãos. Atualmente, no ranking de educação mundial do Programme for International Student Assessment (Pisa), o Brasil, infelizmente, amarga uma posição desconfortável, estando abaixo do 50º lugar entre 79 países.
Temos que ressaltar que muito já avançamos, abandonando uma realidade mais sombria, na qual o analfabetismo manchava nossa história. Mas o mundo mudou, a velocidade de transmissão e a quantidade de informações que circulam é gigantesca.
Em um diagnóstico amplo, vemos que a educação precisa de um choque de gestão. Avançar com critério, objetivos bem definidos, racionalidade e sem paixões ideológicas é a condição inicial. Há sim, e mesmo atualmente, que se combater o analfabetismo, tanto o clássico quanto o funcional. Investir pesado na educação básica, dando às crianças consolidado suporte em matemática e língua portuguesa, será a base para a progressão futura com verdadeiro lastro cognitivo.
No que tange aos financiamentos e bolsas, há que se abordar a questão de maneira abrangente, revendo processos para proporcionar efetivas e consistentes condições para que o discente possa se deslocar para a escola, adquirir seus livros e material, bem como alimentar-se dignamente. Iniciativas governamentais como o Prouni, o Fies e o Enem precisam ter suas ações avaliadas e auditadas em seus resultados.
Os cursos técnicos e profissionalizantes precisam ser resgatados, pois há demanda deste tipo de mão de obra. Em relação ao ensino de nível superior, é preciso repensar todo o sistema. Vemos hoje uma vasta gama de faculdades particulares oferecendo cursos com baixa qualidade acadêmica. As universidades federais estão sucateadas, com instalações físicas precárias, pichadas, eivadas de infrutíferas ações ideológicas e pouco rigor no ensino.
A capacitação constante dos profissionais também é vital para que o país vença. Os entes federativos precisam fazer “o dever de casa” e gastar bem os recursos. Nossa realidade impõe um diagnóstico sério e criterioso de cada escola, faculdade ou universidade.
É fato que os desafios são muitos, mas tenho a convicção de que bons líderes e gestores serão capazes de gerenciar as variáveis dessa complexa equação. Vamos em frente, pelo bem de nossos jovens e de nossa nação brasileira.
*Vice-presidente da República